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sábado, 19 de janeiro de 2013

O Corvo


-       -   Talvez ela tenha desistido – disse um na multidão que olhava para cima.
-       -   Acho que não – disse outro, também com o pescoço voltado para o céu.
-       -   Se afastem, se afastem – disse o homem de vermelho.
-       -   Calma – disse, desinteressado, um homem que olhava para frente.
-       -   “Suspiro profundo” – da mulher de olhos fechados.
-       -   Louca – de outra de pescoço quebrado
-       -   A que ponto chegamos. A humanidade não tem mais limites para a barbárie – latiu o cachorro olhando para a multidão.
-       -  Idealista acomodado  - miou o gato para o cachorro.

...  ao fundo um bem-te-vi emitia seu canto ...

Enquanto todos tinham suas agendas uma mente limpa e determinada chegava a uma conclusão

... saindo de seu esconderijo um corvo bateu asas e voou  ...

The Frame


This night his mouse trap didn’t work, the noise, instead of putting him to sound sleep brought him memories of regrets. Inside of a melody never heard he saw a multitude of shades of grey. Naively the man though he could keep sanity and not drift away wasting hours away. The drum found its pace with his heartbeat, the guitar chords made friends with anxious fingers and the bass, like always, felt misplaced, just like a lunatic working mind.

Without a doubt he was bad tripping over oxygen, the worst kind, the conscious way of mind wandering. I would wish him well, try to help, but it’s too late to be rescued, the man is already in yesterday land and his pillow can`t bring him comfort, can`t undo his wrong doings.  I could wake him up, but his eyes are pealed to the wall, felling the music, thinking of it as a lifesaver when, in fact, it’s just an anchor. I could turn on the lights but I`m afraid that the colorful bright light will burn his eyes.

All left for me to do is to seat, and watch him to lose himself in self-pity. It’s weird, I can see a frame around him, maybe metallic, maybe wood, but it’s definitely a frame. Weirder still is that his only reactions was when I frown in recognizing the frame… he frown back. 

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Isso sim é letra!!!

Eu quero dizer letra de música.
Tudo começou, pelo menos hoje, quando pensei em fazer uma set list para um projeto pessoal. Deparei-me com algumas letras que me deixaram pensativo. A primeira foi Masters of War de Bob Dylan, para facilitar a sua vida, e para eu deleitar a letra mais uma vez, segue a letra abaixo:

Come you masters of war
You that build the big guns
You that build the death planes
You that build all the bombs
You that hide behind walls
You that hide behind desks
I just want you to know
I can see through your masks

You that never done nothin'
But build to destroy
You play with my world
Like it's your little toy
You put a gun in my hand
And you hide from my eyes
And you turn and run farther
When the fast bullets fly

Like Judas of old
You lie and deceive
A world war can be won
You want me to believe
But I see through your eyes
And I see through your brain
Like I see through the water
That runs down my drain

You fasten the triggers
For the others to fire
Then you set back and watch
When the death count gets higher
You hide in your mansion
As young people's blood
Flows out of their bodies
And is buried in the mud

You've thrown the worst fear
That can ever be hurled
Fear to bring children
Into the world
For threatening my baby
Unborn and unnamed
You ain't worth the blood
That runs in your veins

How much do I know
To talk out of turn
You might say that I'm young
You might say I'm unlearned
But there's one thing I know
Though I'm younger than you
Even Jesus would never
Forgive what you do

Let me ask you one question
Is your money that good
Will it buy you forgiveness
Do you think that it could
I think you will find
When your death takes its toll
All the money you made
Will never buy back your soul

And I hope that you die
And your death'll come soon
I will follow your casket
In the pale afternoon
And I'll watch while you're lowered
Down to your deathbed
And I'll stand o'er your grave
'Til I'm sure that you're dead

Músicas boas são timeless, como esta acima, de 1963. Era verdade naquele presente assim como hoje. Essa música me fez lembrar do filme ... qual o nome mesmo?.... Território Restrito, em especial a história da mulçumana de 15 anos que foi deportada dos Estados Unidos por apresentar para a classe um trabalho de casa no qual, supostamente, ela apoiava a ação tomada no dia 11/09 e seria uma possível suicida da causa islâmica.

Timeless de fato a música de Dylan, não só esta claro, muitas outras. Entretanto, nem todas as músicas são de impacto global, outras são de impacto pessoal. Estou me referindo a Guaranteed do Eddie Vadder, cuja letra também passo para vocês:

On bended knee is no way to be free
Lifting up an empty cup, I ask silently
All my destinations will accept the one that's me
So I can breathe...

Circles they grow and they swallow people whole
Half their lives they say goodnight to wives they'll never know
A mind full of questions, and a teacher in my soul
And so it goes...

Don't come closer or I'll have to go
Holding me like gravity are places that pull
If ever there was someone to keep me at home
It would be you...

Everyone I come across, in cages they bought
They think of me and my wandering, but I'm never what they thought
I've got my indignation, but I'm pure in all my thoughts
I'm alive...

Wind in my hair, I feel part of everywhere
Underneath my being is a road that disappeared
Late at night I hear the trees, they're singing with the dead
Overhead...

Leave it to me as I find a way to be
Consider me a satellite, forever orbiting
I knew all the rules, but the rules did not know me
Guaranteed.

Timeless, como toda boa música. Capturando a essência do filme em que "atuou" "Na Natureza Selvagem" ("Into the Wild").

Hoje ou amanha, seja a natureza predatória humana, ou seja a natureza individual introspectiva, certas coisas nunca mudam, para o bem da música, para o mal da humanidade.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Fool me once, Shame on you.

- Alô

- Claro...

- 3 horas da manha e você está filosofando sobre o seu dia.

- Homens apaixonados é pior que mulher apaixonada, e as 3 da manhã, sabia que eu acordo em 3 horas para trabalhar?

- Novidade

-Claro, sem querer, uhum

- A gente sempre pode um pouco mais, desde que não se importe com o longo caminho da volta. , qual foi o trigger DESSA vez?

- Que pira, mas continue, sem graça... olhar nos olhos, e ai?

- Certo certo, melodrama, Maryll Streep com Clint Estwood, prossiga.

- Lógico, apaixonado... mas vem cá, você não tem credito no celular, você não tem linha fixa, da onde porra você esta me ligando as três horas da matina?

- Besteira de incomodar, vai se fuder, quando você incomodar eu desligo o telefone na sua cara. Isso me fez lembrar de Hamlet, "Pensar nos acovarda", muita pira a sua velho, e agora você esta pirando em me incomodar, porra, ... "pensar nos acovarda".

- Foi isso mesmo sim, você quem me disse, agora vai dormir.

- Pensar pensar, 3am, e depois de tudo, vai pensar, PENSAR... Até guri.

- Valeu é o caralho, são 3am.... .... e nada de e-mail dessa vez porra.

sábado, 27 de junho de 2009

Uma cigarro após o outro

O sol já raiou e a conversa não acabou. A melancólica lua já deixara o céu e a música depressiva ainda tocava, e por isso a conversa continuava. Os amigos tentavam esgotar o arsenal de assuntos sem sucesso. Mulheres, jogos, filmes, músicas, piras psicodélicas, frases desconexas. Uma frase qualquer sempre levava a um encadeamento de idéias sem fim.

O resultado 1: uma noite perdida, uma tristeza intumescida, um cinzeiro cheio.

O resultado 2: uma noite vivida, uma companhia compartilhada, um cinzeiro cheio.

O resultado 3: uma noite entristecida, uma companhia infinita, um cinzeiro cheio.

O resultado 4: uma noite inconclusiva, uma companhia reafirmada, um cinzeiro cheio.

Conclusão: O cinzeiro está sempre cheio...

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Um Almoço no Shopping

“Está decidido” – pensei 5 segundos após acordar. Eu deveria ter aprendido que decisões tomadas 5 segundos após acordar nunca são boas, mas já estava decidido. Me arrumei rapidinho, sem muitos cuidados, afinal iria almoçar no shopping e já voltar para escrever no blog, ledo engano.

Fui andando de cabeça baixa pela rua, não por falta de confiança ou baixa auto-estima, estava pensativo e meus pés pareciam precisar de atenção especial, pensei na vida, claro, como todo mundo, pensei que estava solteiro, e que bem me faria uma namorada. Pensei também no que escrever no blog, mas essa parte não é importante, a da namorada/mulher é importante.

Cheguei a praça de alimentação, e já sabia que iria comer algum tipo de sanduíche, mas vamos pular essa parte. Depois de comer, enquanto ainda terminava de tomar o meu suco, olhei uma linda mulher comendo a “famosa” saladinha. Abaixei a cabeça por um segundo, dessa vez era a auto-estima, mas foi breve o momento, logo pensei que eu deveria ir falar com ela e somente iria esperar para receber algum olhar desapercebido.

Ela me olhou por 2 segundos e foi o suficiente para tentar alguma coisa, lancei-me. Levantei da mesa resoluto, andei a passos largos, pensando ... como diz a música do The Frames... na “Perfect Opening Line”. Conclui que um simples “oi” seria um ótimo começo.

“Oi” – disse eu sorridente e segurando uma cadeira da mesa dela.

“Oi” – disse ela.

“Posso me sentar por um instante?” – Apreensivo

“Pode, claro” – disse ela

- pausa eterna – na verdade dois segundos só.

Quando abri a boca para falar, ela quebra o silêncio primeiro – “Com licença” – levanta e sai.

Voltei para casa.

Just another clusterfuck of thoughts

It past by me fast, twenty-eight years, like a blink of an eye: adulthood. Like I haven’t enjoyed life and all that melodramatic bullshit. That’s right, melodramatic bullshit, because you have to think of everything you did and or not did, sum everything up and recognize that final number is positive, it always is, don’t fight against the pure and undeniable number.


Now I fell like every time I was felling blue was for lack of perspective, was for misjudgment, but that’s melodramatic bullshit as well. It’s just life as it is, it’s just a negative number in your equation, but always remember to add those rational numbers up and accepted that your life is better than you think.

I’m giving up of felling sorry for myself, of misjudging periods of time, for now on I will accept that the equation’s result is always positive and live each day in a way to improve this result, accepting any punctual outcome life may throw at me as a deviation of the central point, as should you do as well.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Paris (Parte 2 incompleta - Conto Continuado)

“Senhores passageiros, estamos começando o processo de aterrissagem, dentro de 15 minutos estaremos na cidade luz, é meia-noite de 22 de Agosto”. Kilian dormira por todo o vôo, apesar de ter saído pela manhã. Dormiu como se tivesse desligando-se do passado, para poder acordar sem um despertador controlador, sem a rotina conhecida, entretanto, acordou como 14hs atrás, completamente impróprio para ser um ser social.


Ele não estava se importando, passou a mão pelo rosto, como se o estivesse lavando, “arrumou” os cabelos, e acenou com a cabeça para as mulheres ao seu lado, com vergonha de dizer boa noite e revelar seu mau hálito característico de quem dorme por horas a fio e não escova os dentes.


Kilian passa por todo o processo de desembarque característico, pensativo, afinal, não tinha para onde ir, não tinha o que fazer, e ficar no hotel parecia maçante demais. Entretanto, foi para o melhor hotel da cidade, pois sabia que lá poderia comprar algumas roupas e se preparar para a noite, afinal, já dormira demais.


Depois dos preparativos Kilian esta na frente do hotel, esfregando as mãos como se maquinasse um plano infalível, na verdade estava em dúvida para qual lado andar. Decidiu por ir para frente, cruzar uma praça e seguir. Passou por algumas pessoas estranhas, bom, estranhas para o mundinho de Kilian, eram só pessoas com cabelos variados e brincos em mais lugares do que somente em suas orelhas. Ele pensou, e concluiu, que eles saberiam de um lugar para festar, no estilo que ele estava procurando pelo menos.


Abordou um dos homens do grupo, e falando seu francês fluente perguntou onde a noite parisiense poderia estar quente. Obviamente o grupo de jovens olham para Kilian como um alienígena, afinal ele estava vestido como costuma se vestir para sair, social esportivo. Kilian logo nota qual o problema e se apressa em dizer “um lugar que vocês costumem freqüentar”. Uma das mulheres resolve quebrar o silêncio do grupo e lhe da algumas dicas com um sorriso de canto de boca, como se pensasse - “quem é esse louco”.


Kilian agradece, coloca as mãos no bolso e segue a pé para o local mais próximo sugerido, ele já estava cansado de lhe perguntarem seu destino nos taxis, ele não tinha destino, ele tinha o momento para viver, e as pessoas pareciam não se importar em perguntar algo sem resposta.


Kilian chega ao local após uma curta caminhada, “La Vie de La Nuit”. Na fila para entrar no estabelecimento pessoas normais, usando tênis all-star, óculos de grau hipe, peças de roupa diferentes das dele em tantos sentidos que não podem ser descritos, basta dizer, diferentes.


Finalmente chega sua vez de entrar, a porta se abre e o som de música é composto pela seguinte estrofe:

And the sky is full of dreams
But you don’t know how to fly
I don’t have a simple answer
But I know that I could answer
Something better

Uma banda no palco cantando, parecia um show improvisado, unannounced, somente para os afortunados da noite, mas Kilian não os conhece. Na verdade ele não conhece nada além de trabalhar e ficar sozinho. A estrofe pareceu o que ele precisava ouvir e já estava desesperado para saber quem estava cantando, que música era, estava pronto para se tornar o fã n°1 deles. Aproximou-se de uma linda moça, não por escolha, por simples proximidade, e perguntou quem era a banda. A mulher o olhou como se ele estivesse perguntando a coisa mais absurda do mundo, como se não conhecê-los, pelo menos naquele lugar, era crime punível com o escárnio pré-morte, mas mesmo assim respondeu – “The Killers, e a música é This is Your Life” – saindo rapidamente de perto do incauto estranho vestindo social esportivo.


Kilian ainda estava no seu momento FODA-SE, e não ligou nem um pouco para a receptividade da moça, simplesmente estava feliz demais por conhecer a melhor banda do mundo, a única que conhecia é verdade, mas foi direto para o meio das pessoas, dançou, suou, gritou e aproveitou, exauriu-se rápido, mas a primeira vez é sempre assim não é mesmo?

Seattle (Parte 1 - Conto Continuado)

Um segundo após abrir os olhos Kilian sabia que nada seria como antes.

Tudo começou exatamente um ano atrás, quando mais uma vez, dentre tantas outras, Kilian acordou e sabia todos os momentos que o dia lhe guardava. Desligar o despertador ensurdecedor, do barulho mais estridente que ele pôde achar, levantar-se, caminhar pelo quarto em direção ao banheiro enquanto pensa na rotina: trabalho; almoço fast-food, para poupar tempo; trabalho; retornar para casa; jantar sozinho tomando um cerveja morna dada a idade da geladeira e; voltar a dormir. “Deprimente” - pensou ele pela primeira vez em muito tempo.

Kilian chega ao banheiro ainda com os olhos parcialmente fechados, tentando negar a luminosidade da pequena janela do banheiro. Acende logo a luz branca como se pensasse "que tirar o band-aid de uma só vez é melhor do que essa tortura". Respira profundamente, tanto que enrijece por completo suas costas e inclina sua cabeça para traz, termina de abrir os olhos de uma vez e abaixa a cabeça para encarar aquele que lhe faz companhia toda a manhã.

Barba por fazer, mau hálito e cabelo completamente impróprio para ir a um bar e conversar com qualquer mulher, um pouco mais deprimente do que antes. Segundo Kilian, as coisas não poderiam piorar e ele ficou olhando para o espelho por alguns momentos, analisando cada centímetro do que o espelho podia refletir. Algumas marcas na rosto de uma adolescência normal, uma pequena cicatriz próxima ao olho, um troféu adquirido na faculdade, cabelos negros para contrastar com seus olhos cor de mel que, no momento, estavam envoltos em uma esclerótica mais vermelha do que branca. Kilian abaixa a cabeça pensando – “e isto é somente o que o espelho me diz.”

Em sua mente tragédias de uma vida cotidiana. Ele sabia que a realidade diária de todos têm momentos dignos de esquecimento e, que são exatamente estes que nos perseguem por toda a vida, são estes que nos diz quem somos, que criam as amarras da mente, nos deixando presos à mediocridade do sentimento comum do que é certo e errado, bom ou ruim, aqueles que 90% das vezes nos impedem de tentar algo, qualquer coisa. Seguir pelo caminho dos 10% requer a coragem de arriscar ter em sua mente mais uma memória que pode lhe atormentar por toda a eternidade.

Ele começa a pensar, e logo começa uma briga que se dá em sua mente, insuportável, 90% brigando contra 10%, a minoria argumentando com possibilidades e a maioria rebatendo com as conseqüências. A discussão é irritante, até o momento em que ele levanta a cabeça mais uma vez, para encarar nos olhos do gigante, com seus olhos de menino, tentando encontrar a coragem de ganhar a discussão. O menino então da sua cartada final, como um insight, em somente uma palavra: FODA-SE. Um grito desesperado de uma alma atormentada. Levanta os braços até a altura da barriga com um olhar nervoso, irado, FODA-SE, expressou-se em palavras e Kilian sabia exatamente o que queria dizer com isso, o gigante não tinha argumentos, o menino estava certo, pelo menos, para aquele gigante, o menino havia ganhado.

Kilian ri com a decisão, como um menino ri de uma piada velha. Olha mais uma vez para o espelho e pergunta - "Você está realmente certo disso?" Agora não há mais gigantes, agora a turma de crianças esta se reunindo e o sorriso matreiro de canto de boca, com a cabeça um pouco abaixada e um olhar penetrante falava por si só.

Um banho gelado de 5min floreado com pensamentos aleatórios, rápidos, fulminantes, cada seguido por um sonoro e libertador FODA-SE. Escovou os dentes, desarrumou os cabelos, deixou a barba por fazer, pegou as chaves de casa, não, as do carro não, pegou o dinheiro escondido para emergências na gaveta das cuecas, e saiu, saiu rumo ao objetivo do dia, seja qual for o objetivo de um menino querendo ser desbravador do mundo.

No hall a porta do elevador se abre e em sua frente seu companheiro matutino por 32 anos esta lá, mas agora não mais com olhos de gigante. Adentra ao cubículo ainda impaciente, ansioso, pressiona o botão para o térreo e espera em meio a tiques nervosos as portas se abrirem para cumprimentar o porteiro e seguir para a rua. Antes mesmo de abrir as portas da recepção lembra onde está, chuva, torrencial chuva de Seattle, e tenta lembrar o motivo pelo qual foi parar nesta cidade, mas não consegue chegar a nenhuma conclusão.

Vai até a beira da calçada sem um guarda-chuva, mas protegido pelo toldo do prédio, e ergue seu braço pedindo parada a um taxi. Dentro do taxi ouve a pergunta praxe "Para onde?". Kilian pensa por alguns segundos tentando convencer-se de que ainda está certo do que esta fazendo e diz às diretrizes que o levarão ao seu local de trabalho. O taxista é dos quietos, deixou o rapaz com barba por fazer, calças jeans surradas e camisa branca com sobretudo sozinho em seus temerosos pensamentos.

Olhando perdido para o horizonte chuvoso através da janela do carro Kilian esta longe, muito longe de Seattle quando ouve "15 dólares Sr." que são pagos prontamente. Adentra o edifício ao lado dos trabalhadores diários do local, todos engravatados, ternos Gucci, Armani, exatamente como ele deveria estar, mas não hoje. Hoje não chegou em sua mercedez SLR, não deixou as chaves com Titus como fez nos últimos 7 anos.

Irreconhecível, subiu ao 53º andar e foi direto a sala de seu chefe, mente clara como um dia perfeito inexistente em Seattle, em seu subconsciente, memórias de Tyler Durden conversando com o personagem sem nome de Edward Norton no filme que viu na noite anterior.

Passou pela secretária sem nem ao menos olhá-la, nada podia desviá-lo do que estava prestes a fazer, abriu e fechou a maciça porta de madeira de lei e, antes mesmo do “bom dia”, cuspiu palavras, "Senhor, agradeço a oportunidade de trabalhar em tão renomada empresa, mas chegou a hora de seguir meu rumo". Atônito, George olha para o calendário como se procurando saber se era 1º de abril e responde - "Como? Você vai nos deixar em momento tão vital? Você sabe da sua importância nesta empresa, não sabe? Recebeu alguma proposta melhor? Podemos conversar."


A única resposta possível na mente de Kilian saem de seus lábios com tamanha vontade de serem ditas, como se fosse isso que quisesse dizer a vida toda, falou rápido, como se quisesse dizer tudo de uma vez em uma fração de segundos, já conformado por saber que esqueceria de dizer algo. "George, com todo respeito, eu não me importo com a empresa, eu não me importo com você, eu me importo comigo. Eu não quero mais trabalhar aqui, ou em qualquer outro lugar, passar bem", virou-se, saiu, fechou a porta, respirou fundo e agora sorriu para a secretária de George, que sempre achou bonita, caminhou em direção a saída como se fosse campeão do mundo, como se nada o pudesse deter. Agora era somente ele, para ele, com ele, agora e depois. Livre enfim.

Kilian sai do prédio ainda protegido pelo toldo, olha para a rua procurando um taxi, mas não vê nenhum. Decide andar para a esquerda em meio à chuva, poderia ser à direita, foi à esquerda. Cada gota de chuva que ele sentia sobre seu corpo lavava uma parte do seu passado, quanto mais o sobretudo ficava encharcado e pesado, mais Kilian se sentia como o garoto de 12 anos sem preocupações que uma vez foi. Andava pela rua rindo, pensando somente no prazer de um banho de chuva, no final, pelo menos, Seattle foi generosa com ele e lhe poupou horas de consultas psiquiátricas, seu ser estava limpando-se a cada quadra.


Depois de andar a esmo Kilian lembrou-se do motivo de ter começado a andar em primeiro lugar quando avistou a distância um taxi aparentemente disponível. Pediu parada, entrou no taxi para mais uma vez ser inquirido sobre seu destino. Kilian ficou parado, calado, pensando – “e agora?” SNAP, “vamos para o aeroporto”.


Alguns minutos depois, Kilian encharcado chega ao aeroporto, se dirige ao primeiro balcão de companhia aérea que vê e pede uma passagem para o próximo vôo. A atendente parece não ter entendido direito e pergunta – “próximo vôo para aonde”, mas Kilian queria simplesmente a passagem para o próximo vôo, sem se importar para onde. Recebe sua passagem para Paris que sairia em 45min, decide então ir até o free-shop para comprar roupas secas, afinal, algo em torno de 17hs de vôo molhado iria cortar a emoção. Dentro do avião Kilian se acomoda pela primeira vez em muitos anos na classe econômica, a primeira classe ele já conhecia. Apertado, no meio de duas mulheres, Kilian sentia que as coisas na primeira classe não podiam estar tão boas, afinal, lá não estaria tão apertado. Encosta-se em seu assento, olha para o aviso de apertar cintos sobre sua cabeça e sabe que esta viagem será a viagem de sua vida, não esta até Paris, mas a viagem que começou hoje de manhã e, apertar os cintos, parecia a coisa certa a ser feita.

domingo, 24 de maio de 2009

Mais Real que a Melodia

Você assistiu o filme "Mais Real que a Ficção"? Então, acho que a minha vida teria o título "Mais Real que a Melodia". Parece que vários compositores mundo afora espionam a minha vida, escrevem uma música e ganham a vida com isso.

Não pode ser coincidência, pode? Confere comigo, e diga se isso não é a minha vida e a de mais ninguém.

(The Frames - Pavement Tune)

This situation's killing me
It's got me right under the thumb
I don't know where I want to be
This doesn't make no sense at all

(Damien Rice - Elephant)

So why d'you have to lie?
I take it I'm your crutch
The pillow in your pillow case
It's easier to touch

(Damien Rice - Rootless Tree)

Fuck you, fuck you, fuck you
And all we've been through
I said leave it, leave it, leave it
There's nothing in you

And did you hate me, hate me, hate me, hate me so good
That you just let me out, let me out, let me out
Of this hell when you're around
Let me out, let me out, let me out
Hell when you're around
Let me out, let me out, let me out

(Editors - The Racing Rats)

Words spill from my drunken mouth
I just can't keep them all in
I keep up with the racing rats
And do my best to win

(Pearl Jam - Black)

And now my bitter hands shake beneath the clouds
Of what was everything?
Oh, the pictures have all been washed in black, tattooed Everything...

(Pearl Jam - Fucking Up)

Lonely drifter on the hill. Why do I?
One must have a heart of steel. Why do I?
It's not how you look but how you feel. Why do I?
You must have a heart of steel. Why do I?
Why do I keep fucking up?

Parece até que estão em seqüência, termino então com o coro da platéia no show do The Frames na musica Revelate

REDEEM YOURSELF
REDEEM YOURSELF
REDEEM YOURSELF

quinta-feira, 26 de março de 2009

Acordo cedo sem querer

"Bom dia" - digo ao espelho do banheiro iluminado pela fraca luz das 6 da manhã. Não ouço resposta.

Escovo meus dentes com a cabeça baixa em direção da pia. Tomo meu banho, demorado, sempre banhos pensativos. Deixei de cantar no chuveiro a uns 10 anos, mais ou menos na mesma época que deixou de valer a pena cantar no chuveiro todos os dias.

Enxugo-me em meio a suspiros que parecem refletir meus pensamentos. Perfumo-me, inutilmente, mas o faço mesmo assim. Escolho uma roupa, todas que tenho são discretas, deviam ser chamativas dada a solidão aparente.

Vou ao ponto de ônibus. Silêncio entre os futuros passageiros. Peço parada, digo "Bom dia" a(o )cobrador(a). As vezes ouço uma resposta, as vezes uns grunhidos, fazer o que. Se tiver a opção de sentar, prefiro aquelas cadeiras solitárias... você também? Pois é.

Chego ao meu destino, sento em frente a um computador, faço o que tenho que fazer. Falo "bom dia" para mais algumas pessoas, que normalmente respondem por educação ou grunhem, pego um ônibus para voltar para casa, sento no computador de casa, escolho a hora de dormir, e acordo, para dizer "bom dia" ao espelho.

Nota: qualquer similaridade com indivíduos reais é mera causalidade.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Realidade.

Após horas de conversas e explicações Carlos olhou nos olhos de seu amigo indignado, não com seu amigo, mas com ele mesmo. Carlos estava com raiva, enfurecido, se sentido roubado. Na verdade fora roubado, na verdade, sofreu de estelionato, lhe extirparam o coração ainda pulsante, o viu pulsar nas mãos da diva meliante até o momento do último pulso de seu órgão que mais trabalhou desde que nasceu.

A raiva, entretanto, não residia no fato do roubo, mas do estelionato. O coração ele daria, deu na verdade, mas não para ser esmagado como foi. Infelizmente, olhando para seu amigo, que não precisou dizer se quer uma palavra, ele sabia que não foi esmagado, ele sabia que o culpado era ele, não, o culpado foi sua expectativa, sua imaginação, idealização.

Carlos estava perdido em meio à raiva de ter perdido seu coração, de ter se tornado um ser incompleto, pior, estava com raiva de não conseguir viver sem seu coração, ou pelo menos, tê-lo novamente em seu peito, mesmo que não pulsante por tempo indeterminado.

O silêncio entre os amigos já durava alguns minutos, Carlos vivia a angustiante realidade de ter todas as perguntas certas para se chegar à solução, o problema, O problema, é que ele sabia todas as resposta, ingrata realidade. Carlos estava desejando ser ignorante, perguntar e aprender, mas saber de tudo, de todas as respostas é muito cruel. Saber que seu amigo esta ali somente para ele sentir que pode fazer uma pergunta é seu consolo, doloroso consolo quando não se precisa perguntar.

Carlos, resignado, sem coração, cheio de raiva, detentor de todas as respostas, confuso e impotente frente à situação, conseguiu se sentir ainda pior no momento em que olhou para seu amigo e se sentiu desprotegido, saber que seu amigo não lhe pode dar as respostas que já sabe, foi a gota d’água. Carlos abaixou a cabeça, pensativo como de costume, e sabia a resposta para esta pergunta também, triste realidade. Boa noite meu amigo, obrigado pela companhia. O amigo, triste, sabia, nada mudara.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Platônico

As vezes me pego pensando em você quando acordo, imagino como seria acordar ao seu lado, olhar você ainda dormindo, e beijar sua testa sem te acordar. Depois te esqueço, lembro só bem depois, quando estou no banho somente, me preparando para ir trabalhar ainda, imagino como seria terminar de me arrumar e te encontrar à mesa matutina para lhe dar bom dia, contar meu sonho e saber dos seus, beijar-te novamente e sair de casa.

No caminho, com o som do carro ligado me desligo do engarrafamento, a música que toca faz-me lembrar de ti, e imagino o que esta fazendo em casa, será que esta se arrumando ainda? Qual roupa será que esta, e abre o semáforo. Só bem depois me pego pensando em você, no próximo sinaleiro somente, quando vejo uma loira escultural de 1,80m atravessando a rua, e lembro dos seus negros cabelos, sua estatura baixa, nossa. Depois só lembro de você quando uma senhora atravessa a rua, de cabelos grisalhos, ela tinha brincos iguais aos seus, iguais ao que você estaria usando em uma noitada curitibana comigo.

Chego ao trabalho para mais um dia, pego a pilha de papeis que tenho que analisar, levo até a mesa e ligo o automático até a hora do almoço, vou para a lanchonete perto do trabalho e enquanto peço meu sanduíche favorito um moleque de uns 10 anos pede um sanduíche vegetariano com maionese extra, impossível segurar meus pensamentos, eles me levam para você imediatamente, e imagino como seria bom dividir uma mesa de almoço com você, conversar sobre tudo um pouco e sobre nada, muito, até a hora de voltar ao trabalho.

Termino o restante do expediente como comecei, lembrando como seria chegar em casa e te encontrar carinhosa a me esperar, com um boa noite acolhedor e um beijo sedutor. Pego o meu carro no estacionamento para voltar para casa e nem penso mais em você, mas me pego lembrando de ti quando passo na frente da locadora e vejo um cartaz de uma comédia romântica, daquelas que você gosta de assistir e eu gosto de ver ao seu lado abraçado depois do jantar.

Logo chego em casa para jantar sozinho, assistir o JN sozinho, e nem pensei em você durante o dia, só agora, quando me preparo para dormir, penso em como seria bom pelo menos sonhar com você, pelo menos assim, estaria com você por toda a noite.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Um pouquinho...

Fico, às vezes, pensando se as coisas que passam pela minha cabeça, passa pela cabeça dos outros. Afinal, as mazelas da vida parecem que só acontecem com a gente e, as benesses, com todos. Sei que a minha imaginação é foda e, por causa dela, sofro mais do que precisaria. Sendo assim, salvo você leitor, se a sua imaginação é similar a minha, você não esta sozinho, sofro contigo.

Uma estranha passa e a imaginação dispara. Não precisa ser com a pessoa em questão, nem parecer irmã gêmea de uma conhecida, basta ter algum detalhe, para lembrar alguém tido como especial. Divago, para uma galáxia distante, muito distante. Flutuo, em nuvens cercadas por querubins, tocando suas melodias em harpas.

Imagino: fantasias reais, desejos escondidos, situações inusitadas, tudo e mais um pouco, enfim. As vezes por 10min, 15min, quem sabe horas, vôo por entre os anjos, perfeita imaginação. Só que em um momento ou outro tenho que voltar para o solo, encarar a vida e, racionalizar um pouco, pelo menos um pouco não é. E não sei de fato, mas me parece, que acabou a “piração”. Bate a depre, com os fatos me batendo, surrando até o ultimo fio de cabelo branco da minha cabeça. Tento me defender, mas não dá, e dói como qualquer surra.

Doeria o corpo, se a surra fosse infligida por punhos, mas pior, dói a alma. Algo que temos e, não tem tylenol ou, quiçá, gardenal, que amenize a dor. O remédio seria viver uma realidade melhor que o sonho ou, pelo menos, exatamente igual. Mas cadê a receita médica, farmácia ou posto de saúde em uma hora como essa?

Não tem não, ou arruma o remédio ou para de sonhar, de qualquer forma, boa sorte. Entretanto não se preocupe, você não esta sozinho, o problema, é achar que estou.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Errado (Mente em trabalho, pensamento do dia)

Me perco em pensamentos perfeitos, errado como tudo que não tem falhas. Errado por não poder dizer a verdade que não posso ter. Que não quero compreender. Errado. Não vai dar certo. Errado é não tentar. Mas para que tentar algo que vai falhar. Não dá para sonhar. Errado é sonhar. Errado é tentar. Errado é não viver. Errado é pensar. Não da para ser feliz pensando, só se é feliz fazendo do sonho realidade. Sem acertar ou errar, porque isso é pensar, tentar, racionalizar. Errado é escrever. Chega. Errado seria continuar.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Jogos e Vida.

Na Teoria dos Jogos existem vários tipos de resultados possíveis por existirem diversas formas de jogos. Várias definições nos arrebatam, soma zero, cooperativo, evolucionários, equilíbrio pareto eficiente, equilíbrio de Nash, dentre outros.

Há os que dizem que a vida é um jogo, que cada decisão é uma estratégia. Assim, quem entende a teoria dos jogos leva vantagem? Gostaria que a resposta fosse sim, mas... mas entender as implicações de cada decisão, aceitar os riscos, esperar as respostas dos outros agentes, nada disso importa no jogo da vida real.

Na melhor das hipóteses aceitamos a "estratégia dominante" quando uma de fato existe. Normalmente esta estratégia acontece segundos depois de você pensar "que diferença faz" ou "pelo menos sei que vou fazer a minha parte" ou, na definição da estratégia, "isto é o melhor que posso fazer independente de todo o resto", o problema é quando "o resto" toma a pior decisão possível para você, apesar de saber o resultado desta possibilidade, não há nada a fazer, você fez o seu melhor.

Como em qualquer jogo, não da para ganhar sempre. Com a vida não é diferente, tanto nas grandes batalhas quanto nas pequenas diárias. Contudo, isso tudo você já sabia, foi só para lembrar, e continuando o que você já sabe, o importante é não parar de jogar, afinal, quem sabe o prêmio do próximo jogo que você vai ganhar, não é mesmo?

Finalizando, juntando o titulo de duas musicas, e só para explicar, apesar de não dever explicações, este é o motivo deste textinho: For "All the Things that I've Done" I'm "Waiting for the World to Change". Apesar de parecer negativo, bom, depende, e lhe digo que não é. :D

domingo, 24 de agosto de 2008

Memórias

De tanto esperar a imperfeição perfeita, o sorriso mágico, o olhar maroto, o toque gentil ou doce gosto, esquecemos. Depois de cada um, seja na ordem, na desordem ou em diferentes segundos, passou. Depois de viver parece que não vivemos, procuramos.

Esquecemos que a repetição exata é melhor que a repetição diferente, esquecemos que ter o mesmo verdadeiro para sempre, é melhor que o diferente verdadeiro do presente. Escolhemos sem razão uma saída, uma fuga ou uma ilusão, para onde o destino não esta escrito, nem o começo definido.

Esquecemos que o verdadeiro para sempre não tem final definido, que tem mais surpresas que o desconhecido, mais gostosas e saborosas, mais doces e desafiadoras. É na escolha do para sempre ou do presente estridente que fazemos da vida laboratórios de gente, mas não é deprimente.

Deprimente seria não procurar a perfeita imperfeição, seja agora diferente ou igual para sempre. Deprimente seria procurar o diferente pelo medo presente, esquecer de você e de alguém, para lembrar de outro alguém e você.

Por isso esqueça, desde que não seja deprimente, por ser isso você, você e alguém, agora ou amanhã, de verdade para a vida, ou de verdade para amanhã. De mentiras bastam as imperfeições perfeitas dos olhos de verão, da pele de inverno, dos cabelos do outono ou dos brotos da primavera.

Por isso lembre, desde que seja para sempre, por isso ser você, você e você, de agora e de sempre. De verdade então tudo o mais, as juras de hospital, os desejos de travesseiro, as promessas de espelho ou o cantar no chuveiro.

De verdade ou de mentira, para lembrar ou esquecer, de você ou de alguém, não se esqueça de lembrar, que tudo na vida fica com a gente, para sempre.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Por Enquanto ...

Quando as coisas vão mal, agente recorre ao conhecido, ao alcool amigo, ao amigo querido, a desconhecida parceira.
Quando as coisas vão mal, o chão não esta muito perto para ajudar sabe? A procura é a revelia. Mas ninguem pode ajudar quando você sabe a resposta para suas perguntas.

Quando as coisas vão mal, você só não quer que elas piorem não é? Quando as coisas vão mal você se segura ao lado positivo do negativo, o preto e branco normalmente não lhe salvam, o chão não existe, e agarrar-se é impossivel.

Quando as coisas vão mal, e vc sabe as respostas para as perguntas, só resta a coragem de colocar os pés no chão, mas o medo de sentir o solo lhe impedem de deixar as coisas bem.

Quando as coisas vão mal, sabe, elas ainda podem piorar e parece desejo, um querer, um mergulhar no meio do oceano. Quando as coisas vão mal, não é ruim, é um arranhão, passe metiolate, sopre, e esteja pronto para voltar para o play.

Mas quando as coisas vão mal, agente precisa saborear o cheiro do fundo do poço, a terra salgada, a escuridão, para quando sentir o sol, a chuva em seu rosto na superficie, vc nunca mais querer estar lá.

Mas só quando as coisas vão mal. Só...

domingo, 13 de julho de 2008

Nova Postagem

Nota de esclarecimento: Depois de 10 anos retornarei a uma forma. A frase anterior é para mim, só uma nota de rodapé no roteiro da vida para não ser esquecida, não tente entender.
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Título: Algo Novo, Algo Velho.

Se passares por mim, muito bem, chegaste até mim, nada mal,
Se sorrires para mim, muito bem, olhaste através de mim, nada mal,
Se sorriste por mim, muito bem, viste minha alma, nada mal,
Se dormires por mim, muito bem, amanha será melhor, nada mal.

Se por mim pensas que sou eu, enganado estais,
Se por ti pensas em ti, certo estais,
A lição por mim é para ti e mais alguém,
Mais alguém por mim e para ti.

De sol a sol,
De pino a pino,
De repique a repique,
De perolas e perolas,
De sonho em sonhos,
De curvas e encontros,
De ouvidos e descontos.

De saltos e tropeços,
De erros e acertos,
De sono e desaterros,
De súbito e com apego,
Devagar e sem sossego,
Demorado e com apreço,
De esperar, compadeço.

No fim, por mim, por alguém ou por ti,
No começo, por mim, por ti ou por alguém,
No meio, por nós, para ti e por mim,
No futuro, para gente, para alguém, para todos.

Mas no fim mesmo, medo,
Mas no começo mesmo, esperança,
Mas no meio mesmo, tudo,
O que sobra para mim é ti,
O que sobra para alguém, é ti,
O que sobra para ti, é alguém,
Mas não há sobras,

Por tudo, eu,
Para ti, tudo,
Para alguém.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

A Vida

A vida passada
A vida sofrida
A vida sonhada
A vida vivida

Vida de peão
Vida de sultão
Vida de multidão

A vida não passa
A vida não fica
A vida esta e não justifica

A minha, a sua, a de ninguém
A vida é nossa ou de outrem?
A nossa vida é de outrem
A de outrem é nossa

A vida de passageiro
A vida de condutor
A vida de carcereiro ou executor

A vida pela vida,
Não é vivida e sim exaurida.

Pela vida vivida,
Viva.