quinta-feira, 26 de março de 2009

Acordo cedo sem querer

"Bom dia" - digo ao espelho do banheiro iluminado pela fraca luz das 6 da manhã. Não ouço resposta.

Escovo meus dentes com a cabeça baixa em direção da pia. Tomo meu banho, demorado, sempre banhos pensativos. Deixei de cantar no chuveiro a uns 10 anos, mais ou menos na mesma época que deixou de valer a pena cantar no chuveiro todos os dias.

Enxugo-me em meio a suspiros que parecem refletir meus pensamentos. Perfumo-me, inutilmente, mas o faço mesmo assim. Escolho uma roupa, todas que tenho são discretas, deviam ser chamativas dada a solidão aparente.

Vou ao ponto de ônibus. Silêncio entre os futuros passageiros. Peço parada, digo "Bom dia" a(o )cobrador(a). As vezes ouço uma resposta, as vezes uns grunhidos, fazer o que. Se tiver a opção de sentar, prefiro aquelas cadeiras solitárias... você também? Pois é.

Chego ao meu destino, sento em frente a um computador, faço o que tenho que fazer. Falo "bom dia" para mais algumas pessoas, que normalmente respondem por educação ou grunhem, pego um ônibus para voltar para casa, sento no computador de casa, escolho a hora de dormir, e acordo, para dizer "bom dia" ao espelho.

Nota: qualquer similaridade com indivíduos reais é mera causalidade.

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