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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Grandes Expectativas

A forma como vemos o mundo e as pessoas depende do instante.

A sensação do vento no rosto.

Aquele frio na espinha e o arrepio que dá quando alguma coisa vai acontecer.

Ás vezes temos vontade de ir embora.

Ás vezes achamos que não falta mais nada e rezignados sorrimos para nossas expectativas.

“O que essa imagem do mundo pode significar?

Quando ela é verdade nós a reconhecemos, em nós mesmos, em outros.

Nós a reconhecemos como ao amor, completamente imerecido.”

Essa visão da verdade não desaparece da memória como os detalhes do que aconteceu naquela noite numa esquina tão longe de casa.

A sensação dela persiste.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Para um cara Covarde

Ele era um cara covarde quando se tratava de ir falar com garotas, mas queria mudar isso juntando coragem durante muito tempo e criando mundos imaginários e situações possíveis para que dessa forma, depois que soubesse tudo o que poderia acontecer teria um plano e uma resposta para tudo. Não deu certo.

Depois ele começou a ter momentos da mais legítima caradepauzisse, mas estes momentos esporádicos colocavam o garoto em situações deveras lastimáveis, pois eles duravam pouco e quando as horas seguintes chegavam a expectativa de manter a pressão estragava tudo e a coragem forçada se transformava na incapacidade crônica de dizer: - Oi, tudo bom?
Este conto é pra esse cara, ele me pediu pra dizer:

- Oi, tudo bom? Desculpa por não ter te dado Oi aquele dia tá?
--KJ

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Assinado Eu

A Universidade de férias não fica vazia, ainda pulsa em seus corredores algumas pessoas que vão com sorrisos em sua maioria, pois não se trabalha por notas ou por obrigação nesta época e todos que lá habitam não o fazem por sobrevivência já que poderiam ter outros empregos, muitos com melhor remuneração.
Lá é um tanto quanto uma utopia nas férias e apesar da nossa relação difícil ultimamente estamos em trégua, ela me recebendo de volta sem mágoas e eu tocado por sua beleza e cantos à mostra agora, mas negligenciados pela maioria nas épocas mais difíceis.
Choveu e por isso passei mais tempo com ela, em meus lugares favoritos, no banco que aprendi a gostar, embaixo da trepadeira de flores rosas que se tornam vermelhas quando queimadas por alguns dias de sol.
Talvez nos vejamos apenas por alguns dias, mas talvez nosso relacionamento ainda dure, talvez anos.

“Mas em toda história é nossa obrigação saber seguir enfrente seja lá qual direção, eu sei.”
--KJ

domingo, 19 de julho de 2009

Fool me twice, Shame on me.

- Meu Caro, fiz uma cagada...

- Não, não foi hoje, na verdade não é nem uma coisa só sabe. Você sabe que sempre tem aquele momento né? Aquele que agente pode se entregar, deixar-se envolver e se perder, se apaixonar, etc... Você está me entendendo? Eu sei que tem esse momento. O que fode é que eu estava distraído e daí quando fui ver já tinha passado outra vez manja?

- Na verdade não, foi faz um tempo já agora. Sim, tinha acontecido daquela vez e eu tinha meio que superado ela já. Como se não fosse o suficiente ter feito isso da primeira vez, mas aconteceu.

- É... Estou sim.

- Você sabe que eu sou um cara que me perco ás vezes não sabe? Estava com nossos camaradas conversando na boa. Você sabe que eu não faço de propósito, foi um pouco sem querer.

- Agente sempre acha que pode mais um pouco, que não tem problema e fica um pouquinho mais sentindo aquele cheirinho bom, escutando o som daquelas asas e vai se perdendo.

- Acho que começa comigo olhando para os olhos. – Eu não olho muito para os olhos das pessoas, não fixamente sabe? – Depois vou ficando sem graça e quase sempre dá para superar e me conter por isso, com isso de ficar sem graça porque a outra pessoa também fica sem graça então a coisa meio que murcha não é mesmo?

- Mas lá quando eu ficava sem graça ia falar com os piás, sempre tinha essa desculpa e além de tudo nos outros dias que voltei lá ela me cumprimentou e foi como o amanhecer de ano novo.

- Ela brilha ás vezes, eu sei que você e os piás acham que ela é meio apática, mas eu te juro que vejo isso, e nessas horas eu acho que vou dar bandeira, que vou estragar tudo.

- Estou no orelhão aqui na frente do apartamento. Não estava conseguindo dormir, foi mal te incomodar com isso outra vez.

- Bem lembrado meu velho, “Pensar nos acovarda”, foi mais ou menos isso a fala.

- Boa... Vou descansar e pensar nela. Assim acovardo-me o suficiente para não fazer nada estúpido.

- Valeu. Amanhã agente se fala no MSN. Abraço.

--KJ

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Once upon a time

Estava no teatro do Dom Bosco em Campo Grande, cerca de duas semanas antes de me mudar quando ela fez uma pergunta desconcertante ao coordenador que tentava argumentar sobre um tema polêmico na época.
Lembro-me da sensação ao olhar para a fileira logo atrás.
Como quase todos no colégio tínhamos amigos em comum e foi fácil, até natural, encontrá-la na saída conversando com um bom amigo meu. (O nome dele começava com A. Talvez fosse Arnaldo.)
Andamos pelo mesmo caminho algumas quadras descobrindo que morávamos perto, depois fui ao seu apartamento, tinha um CD do Zeca Baleiro lá, tomamos tereré com limão lá em baixo.

Conversamos.

Gostaria de me lembrar o que conversei com a garota pela qual me apaixonei poucos dias antes de mudar de cidade. Ela me disse que se sentia segura comigo.
O que sentia era tristeza.
Nesse dia eu pensei em largar tudo, em ficar em Campo Grande e talvez prestar medicina ou quem sabe psicologia, mas eu sabia que estávamos acabados. Uma pessoa não pode abandonar seus sonhos e seus planos por outra, isto seria maldoso.
Alguns anos depois eu voltei a seu apartamento nas férias e perguntei por ela, seus familiares disseram que estava em outra cidade.

O nome dela é Índila, nunca soube o resto.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Queria ir embora.

Tá muito calor pra ficar de conchinha, queria vestir minhas roupas e mandar essa mina embora... O quanto antes.
Um camarada certa vez me disse:
- Nossas camas deveriam ter botão de “Eject”!
Na hora eu só ri e achei uma notação curiosa. Agora tava meio rindo sozinho e procurando algum lugar pelo qual ela poderia ser ejetada enquanto ela falava alguma coisa que eu não tava prestando atenção... teto, janela talvez?
Não é que a garota não seja gostosa, ela é, e não ouve nada de errado, foi um ótimo sexo e mesmo se tivesse sido ruim, sexo ruim é melhor do que qualquer outra coisa, certo?
Adoro acordar garotas chupando-as, o problema é que eu durmo como um morto e sempre acordo tarde pra caralho, o que faz com que essa prática seja de difícil realização. Mas vai ser foda de dormir com essa mina aqui, mas antes dormir do que conversar mais com ela porque puta que o pariu, eu só beijei ela da primeira vez para evitar ter que escutar ela falar ainda mais.
Parece que ela está dormindo agora, como gostaria de ir embora... Que bosta que estou em casa.

--KJ

domingo, 14 de junho de 2009

O Céu estava bonito Hoje

Sempre se vê algumas pessoas nas ruas da vizinhança, apesar de ser domingo apesar do frio e apesar do feriado, apesar do sol que bate do outro lado da avenida, deste lado ainda está frio. Passando pela Praça Oswaldo Cruz onde sempre alguém está correndo e até chegar ao Shopping Curitiba se cruza com algumas pessoas que trabalham, andam, conversam e mechem umas com as outras, pessoas ás vezes compenetradas, ás vezes agressivas, continuo apesar deles e logo a frente existe um cursinho onde pessoas só esperam, matam aula e o tempo onde pessoas são bonitas e novas e alegres e esperançosas. Depois disso não tem nada por um tempo, já estou distraído demais para notar e analisar e tirar conclusões. Olho para os dois lados da rua e não há ninguém, ás vezes penso ter visto, talvez alguém. Uma vez... Uma vez eu sabia para onde ir, mas não mais, agora eu continuo andando e penso na Praça do Japão que já está quase chegando, longe de casa tenho vontade de voltar, mas não posso, não estando tão perto. Também tenho vontade de olhar para o céu azul frio e isso eu posso, apenas disfarço um pouco, me sento na praça pensando que poderia ter trazido o mp3 ou um livro, quem sabe os dois. Lembro-me de alguém com a vontade de tomar café que é tão bom no frio, que é tão bom com alguém e tão bom para acordar.

Penso se ela poderia me desprezar, me esforçando tanto, para ser alguém melhor, sempre para ser alguém melhor. Então... Penso em estratégias, no que não fazer e no que está pela frente sem ter medo de tentar, de pular, de cair. Resignado cruzo os braços para aquecer as mãos, as esfrego frente à boca aquecendo-as com um bafo quente forçado e me levanto apoiando no banco, volto para casa, volto para casa um pouco melhor do que sai porque o céu estava bonito hoje.
--KJ

sábado, 13 de junho de 2009

Minha mente ás vezes se perde, divago.

Sempre que estou ansioso me pego olhando pela janela e acabo me lembrando que Tomas nasceu assim, olhando pela janela. Preocupado com muitas coisas eu estou mas não é isso que me faz levantar de madrugada e vir fumar olhando pela janela.

Acho que é por causa daquele vento no rosto... sabe qual?

--KJ

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Eu vejo fantasmas

Numa dessas noites atrás, em um dia de todos os dias, após todo o expediente de trabalho e aulas chegou à hora pela qual tinha esperado durante quase uma semana, podia sair denovo. Essa minha mania de sair sozinho já durava algum tempo e nada de especial estava me esperando, pelo menos nada que eu tivesse total consciência, porque nesses dias de todos os dias onde nossa vida é meio que encenada para nós durante alguns instantes existe aquele frio e não é um frio que se possa agasalhar ou esquecer com álcool, estou falando daquele frio debaixo da pele dagente, o que nos faz abaixar nossos olhos um pouquinho antes de presenciar algo na esperança de poder ignorar o que vimos. Mas agente não pode ignorar essas coisas, podemos ficar distraídos, podemos apenas, como tantos outros, não ser sensível o suficiente para ver, mas uma vez que você veja, não há como disfarçar, e a negação não nos traz nenhum alento.
Esse dia todos os meus fantasmas também saíram para dançar, o meu azar... é que fomos todos nós parar no mesmo lugar. Eu dancei um pouco com eles, esbarrava em alguns de música em música. Não tenho nada contra ver fantasmas, eu tenho minha vida para viver e não os temo mais, me acostumei a viver ao redor de vários, o que me deprime é o desejo espalhafatosamente silencioso de que eles me vejam também.


--KJ

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Diga não ao Overshare

Oi, tudo bom?
Deveria ter (te) escrito isso antes porque na real, agora eu não tenho mais nada pra (te) dizer e não deveria ter (te) escrito, deveria ter (te) falado. Porque agora só o “Oi tudo bom?” já é tudo, entretanto, agora tenho uma historinha para compartilhar.
- Não me interrompa beleza? Você assume muita coisa sabia, acha que sabe como eu me sinto, o que eu desejo, quais são meus sonhos, assume que sou um cara bonzinho e assume que me apaixonar constantemente é uma falha ou que o fato de não me envolver com ninguém é falta de caráter – sim, isso é um fato – mas alguns fatos não querem dizer nada.
- Não me venha com essa merda de que eu sou bom demais para você, que você acha melhor não me ver mais porque não está preparada para um relacionamento. Isso é verdade, eu sou bom demais e você não está preparada para um relacionamento, mas quem disse que eu estou? As minhas decisões baby, sou eu que tomo, que tal você ser uma boa garota, calar essa merda desta sua boca e deixar que eu diga o que quero?
As coisas que as pessoas falam quando não querem mais se ver é a mais pura babaquice. Qual é a necessidade de discutir uma relação que não existe? E agente fica sem graça, sem ter o que falar nessas horas, porque não existe a necessidade de ser grosso e responder a verdade, certo? Muitas vezes não há nada de tão bom assim na verdade... E overshare meu caro, overshare é um pecado maior do que a mentira. Veja só um exemplo de overshare que achei melhor me calar:
(Imagine uma voz fina de mulher afetada e super gesticulando – não foi assim que aconteceu, mas é bem mais engraçado) – Ai, eu não estou preparada pra um relacionamento, acabei de sair de um longo e você é tão bom, não quero te magoar. (Cara de quem tá falando com uma criança retardada ou com um filhote doente)
(Agora a resposta que não se pode dar) – Relaxa garota, eu prefiro relacionamentos de verdade, cumplicidade, boas conversas e tudo que tenho direito, mas se você está propondo que eu te coma ás vezes e que não quer exclusividade de nenhuma das partes. Opa... Conte comigo.

Então, a moral desta história, se é que ela tem uma moral é:
Não assuma o que as pessoas querem ou sentem.
DR é só pra depois que já se tem um relacionamento.
Não de desculpas ou satisfações se alguém está afim de você, corresponda... ou não.
Diga NÃO ao Overshare.

--KJ

domingo, 24 de maio de 2009

Nem todas são garotas legais. E por isso somos todos gratos

Um dia desses de noite um amigo meu saiu sozinho num desses bares alternativos, um péssimo lugar para encontrar uma garota legal, mas na verdade ele tinha umas duas ou três em mente e não era um encontro, eram só umas garotas que costumavam freqüentar esses bares alternativos.

Dessa vez não rolou, nenhuma apareceu "but why I must care?" Ele pensou com essa bosta dessa mania que tem de ficar fazendo "quotes" em inglês.

Olhar pra porta de tempos em tempos esperando que alguém em específico entre é um dos comportamentos "Lame pra caralho" que se deve evitar quando se sai sozinho e dessa vez, pasmem, não foi isso que ele fez.

Se eu te disser que ele encontrou uma garota estranha-estilosa-gata nova você acredita?
De alguma forma a desse dia se parecia com quase todas as que ele tinha em mente, só que gente fina.
--KJ

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Diariozinho de viagem ( ou "Minhas férias" - igualzinho no colégio )

Já faz um tempão que estou em Campo Grande, tanto tempo que já tenho até pensado em Curitiba, em algumas pessoas por lá.

Já não me preocupo com um monte de coisas que estavam me atormentando quando cheguei e me sinto mais forte, mais capaz de fazer um monte de coisas.

O certo mesmo é isso: Eu sou um fudido, to ficando velho, já demorei um monte pra me formar, só ando de carona e normalmente não tenho um puto no bolso, mas quer saber?
Que se foda! Agente só vive uma vez e agora ta na hora de acelerar, de continuar a mil por hora e curtir esse vento na cara que dá quando agente ta caindo, um pouco antes de se fuder, ou de voar.

--KJ

domingo, 19 de outubro de 2008

Desejar

Desejo teu sangue, quente.
Que as horas não me perturbem mais quando ele estiver frio em minhas mãos.
Desejo ouvi-la gritar, enfurecida.
Teu sangue pode não ser suficiente, já desejo sua alma com janelas e cortinas Lâncome.
Eu posso ver através da tua armadura minha Joana e te desejo.


P.S.: Os adivinhos romanos usavam “considerare” para o ato de decifrar o futuro por meio das estrelas. Desiderare era o verbo para as pessoas que, desalentadas por sucessivas previsões frustradas, não se amparavam nem mais na leitura das estrelas, desistiam de especular sobre o futuro. Desiderare é “desistir das estrelas”.

--KJ

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

República

- Rubia?
- Sim.
- Nada não ele diz, talvez esteja apaixonado por você ele pensa, queria te dizer isso, mas não rola.
- Eu estou indo no supermercado com a Malu, você quer que eu traga algo? Ela responde olhando um pouco para o lado e evitando os olhos dele. Normalmente ela não faz isso ao falar com as pessoas, mas ele sempre a olha como se não visse ela há anos e eles se vêem praticamente todo dia, ela sentia um desconforto e quase sempre ou segurava a mão da Malu ou a beijava ou fazia algum comentário esdrúxulo sobre alguma gostosa, porque quando agente fala assim elas não são pessoas, não são mulheres, são só umas gostosas, deve ser bem ruim ser uma gostosa se você não é burra e superficial ela pensa. Rúbia sempre se perde em suas divagações, também gosta disso, passar bem rápido na frente de vários lugares diferentes nos impede de querer entrar.
- Vocês vão fazer alguma coisa hoje à noite? A Lúcia ligou, esqueci de avisar, é aniversário dela hoje, elas vão naquele bar GLS que agente foi semana passada, sabe? Ele pergunta para mudar de assunto e não ter que responder a pergunta de Rúbia.
- Nossa eu a-do-rei lá, vamos, vamos? A Malu interrompe usando sua voz alta e estridente. Eles não se importam, ela sempre é muito feminina e eles entendem que ela demonstra afetação como que para se lembrar, para se afirmar. É bem chato, mas eles não se importam.
- Você é afim de ir? Rúbia pergunta pra ele, segura a mão da Malu e coloca a outra mão na porta, saindo.
- Acho que eu vou sim ele responde. Ele já desistiu de não ir aonde Rúbia estará, agora ele sabe que pode abrir mão de quase tudo, de tentar, de mudar de idéia, de desapaixonar-se, mas ele ainda não consegue abrir mão da companhia dela, ele ainda pertence aonde ela está. Ele gostaria de não morar com elas, sempre soube que essa história de república com mais do que um sexo era uma furada, sempre soube.
--KJ

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Achados e Perdidos

Me perdi um pouco esses dias, pior que era um pedaço importante saca? Não sei dizer de onde ele caiu, foi um troço qualquer daqui de dentro, mas caso alguém o encontre nem se preocupe, pode ficar...
Tava dormindo demais, acordava, comia e voltava a dormir, até fazia umas coisas entre isso, mas nem vale à pena contar.
Não é que agora esteja melhor, é que agora tem essa lacuna, eu até tinha uma idéia do que colocar no lugar dela, não coube.
--KJ

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Era verdade

Se recebo um presente dado com carinho por pessoa de quem não gosto - como se chama o que sinto? Uma pessoa de quem não se gosta mais e que não gosta mais da gente - como se chama essa mágoa e esse rancor? Estar ocupada, e de repente parar por ter sido tomada por uma desocupação beata, milagrosa, sorridente e idiota - como se chama o que se sentiu? O único modo de chamar é perguntar: como se chama? Até hoje só consegui nomear com a própria pergunta. Qual é o nome? e é este o nome. - Clarice Lispector

Quando perdemos a paixão e desistimos de ficar juntos – como se chama esse carinho e essa resignação? Estar á toa, e de repente ser tomado por pensamentos e sentimentos passados, também sorridentes e idiotas – como se chama essa consternação, essa nostalgia do que não aconteceu?

Quis falar disso, do restinho de paixão e daquele tempo que vem logo depois de termos desistido, um pouco antes da próxima tentativa. Ás vezes agente tenta transformar essa paixão em raiva ou em mágoa, mas sabemos que não é nisso que ela se transforma. Ficar bravo e decepcionado ao sentir carinho ao rever alguém que foi especial para nós depois de tudo estar acabado é tão natural e eficaz quanto xingar o juiz de um jogo pela TV. É importante deixar aquele desespero e empolgação da paixão passar, mas tentar se convencer de que as pessoas que foram especiais para nós o deixam de ser é como tentar negar tudo aquilo que achamos belo no mundo por que no dia que fomos ver o pôr do sol estava chovendo. Essas pessoas, das quais nós um dia gostamos, não deixam de nos ser queridas e especiais, aceitar isso é pegar aqueles nossos velhos desejos, gastos e amassados e guardá-los como prova de que o que sentimos foi verdade. Entenda e aceite o que sente. Enfim; “Olhar a vida em sua face, sempre, olhar a vida em sua face e conhecê-la pelo que ela é, e amá-la pelo que ela é, até que tudo seja posto de lado.”

--KJ

P.S: O primeiro parágrafo é da Clarice Lispector e a última frase é uma adaptação de uma das últimas frases do filme “As Horas”.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Por enquanto as coisas vão bem

Quando as coisas vão bem agente fica bem bobo né? E é incrível que como totalmente "out of the blue" agente não precisa de mais nada e tudo que aparece e acontece é bom também manja? Só porque aconteceu numa hora boa. Engraçado isso ( engraçado agora pq se se as coisas estivessem ruim seria trágico... é bem assim mesmo que funciona meu guri, "get use to it!" ).

Então, quando as coisas vão bem agente fica prolixo! Tá tudo tão bom que não há necessidade de apressar as coisas, se está tudo bem agente não tem mais pressa de chegar logo no final e fala durante horas ( ou paráaaagrafos intermináveis).

Quando as coisas vão bem agente deveria é desobrir o porque? Porra, agente só pensa em Porque!, porque? por que meu Deus tudo tá dando errado. Seria útil é se agente tivesse a mesma determinação em descobrir porque tá tudo tão bem e tão "lindo".


Quando as coisas vão bem agente sempre solta uns comentários gays também, tipo o "lindo" do final do parágrafo passado, quão bixa é dizer tão lindo? E pessoas normais não sorriem para os outros na rua também não, quando se mora em Curitiba se você faz isso na rua as pessoas se afastam como se você tivesse lepra ou algo do gênero mas sabe que isso é bem bom! Porque quando as coisas vão bem alguém sempre sorri de volta e isso faz com que seja "lindo" viver em Curitiba.
Falando nisso, quando as coisas vão bem agente encontra denovo aquelas garotas tão "lindas" ( Agora não ficou gay... na verdade Linda é o melhor adjetivo DO MUNDO no feminino) que agente vê um dia num bar qualquer ( Qualquer dia, assim... em qualquer bar, isso não é uma adição biográfica pra dizer que fiquei super feliz em encontrar uma garota Linda que tinha visto no Bar James na quarta, eu não faria isso. )


Então, as coisas vão bem por enquanto.
Obrigado! (Todo mundo que tá feliz agradece um monte, não é uma regra nem nada, mas acontece)
Boa noite.
--KJ

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Poker Face

- Queria experimentar essa nova bebida. Isto é tudo o que fazemos, não é? Olhar para as coisas e experimentar bebidas diferentes – ele disse.
- Acho que sim.

- Quando eu te vi parecia madrugada de ano novo. Você lembra aquele bar?
- Lembro sim. E não era um Bar, era um café.
- E não era ano novo também, eu sei.
- Você acha que isso vai dar certo? Ela perguntou abaixando a cabeça para o lado.
- “Isso” o que? Nós?
- É. Você acha que agente vai dar certo?
- Eu sempre insisto tempo demais em coisas que não dão certo no final. Não sei te dizer.
- Você deveria ter me abraçado e dito: Claro que sim querida! Odeio essa sua mania de responder o que você pensa.
- Você iria saber que estava mentindo.
- Talvez não.
- Mas eu ia.
- Você sempre foi assim?
- Não. Ás vezes eu falava o que as pessoas queriam que eu falasse. Agora ás vezes eu me calo.
- Fica mais fácil conversando com você. Isso de dizer o que eu estou pensando. Nunca consegui saber o que você quer que eu diga. Ele disse ao se levantar para ir ao banheiro
- Sou tão enigmática assim?
- Você não faz idéia. O homem disse ao ir em direção ao banheiro, com um sorriso em seu rosto e a certeza de que sabia o que estava fazendo. Finalmente.

Ele estava ali pela primeira vez, mas ela gostava de lá. Ele ficou por algum tempo dentro do banheiro e ao sair de lá não soube distinguir um olhar não se importando em recebê-lo ou não, retribuí-lo ou não.

- Já sei o que eu quero ele disse ao puxar a cadeira para voltar a se sentar com ela.
- Vou pedir uma long neck.
- Demorou tudo isso para decidir pedir uma cerveja?
- É, achei que queria experimentar algo novo, mas mudei de idéia. Você vai querer comer alguma coisa?
- Não. Ia pedir vodca, mas vou querer uma long neck também.

- Oi – ele disse levantando um pouco seu braço e se dirigindo a garçonete que passava por entre as mesas.
- Queria duas long necks, por favor.

O homem olha para a mulher por alguns segundos e busca por sua carteira de cigarros no bolso. Enquanto abre a carteira e pega um cigarro ele aproveita para conferir suas mãos porque às vezes elas tremem um pouco quando ele está nervoso e agora queria saber se estava nervoso, mas não, não estava tremendo.
- Por que você ficou sem graça?
- Eu? Por quê?
- Você sempre ascende um cigarro quando fica sem graça conversando.
- Você é melhor do que eu nisso. Nisso de ler as pessoas. Talvez tenha sido por isso.
- É. Mas não foi né?
- Não. Ele responde batendo a cinza no chão, apesar do cinzeiro no meio da mesa.
- Bom timing - ele disse para a garçonete que deixa as long necks na mesa e sorri.


- Ás vezes não precisa acontecer nada para eu ficar sem graça sabe. Ás vezes eu só não sei como continuar uma conversa.
- Do que você quer falar? Ela disse sorrindo.
- De coisas simples. Tinha pensado em falar do futuro novamente, em falar pra você ficar comigo e dizer que tudo vai dar certo.
- Mas não vai...
- É. Não vai.
- Eu acho que seria bom sabe? Se agente ficasse juntos – Ela disse.
- Talvez, daqui a alguns anos, agente possa se encontrar. Pensar assim não me faz mal, um pouco.
- Vai passar. Espero que passe pra mim também.
- Vai passar.


--KJ

sábado, 28 de junho de 2008

Sonho, saudade e crença

Sinto falta da vida, às vezes. Da vida corrida e agitada que levava em minha cidade natal. Às vezes, de voltar para casa depois de uma noite de risadas e acordar minha mãe com a extrema falta de sutileza que tenho com as louças e portas, às vezes. Agora tenho mais compromissos, mas o ritmo de uma vida sozinho parece menor, às vezes. Talvez seja o silêncio. O Silêncio que deve ser feito após as 10 horas da noite em meu apartamento não é o mesmo silêncio que deve ser feito durante as noites em que se mora com a família.

Quando algo parece não sair da forma como planejamos existe uma nostalgia do certo, uma saudade do que é indubitavelmente bom no nosso passado. Não há uma forma precisa de saber se, realmente, nossos planos estão se concretizando ou se tomamos alguma decisão errada em algum momento do tempo. Não podemos saber o que se passa na mente de outros e é difícil não formular hipóteses e julgamentos precipitados quando não se sabe de tudo, e nunca se sabe.

Acreditar sempre foi um problema para mim, por não ter controle sobre minha imaginação talvez. Quando digo em que acredito é apenas uma forma de dizer que nada me leva a pensar o contrário, ainda. Não sou uma pessoa acostumada a verdades absolutas.

O Sonhar e o planejar estão tão atrelados a si próprios como estão à nostalgia e a crença. Sonhamos com o que no fundo de nossa consciência achamos possível, mas nem sempre acreditamos nesses sonhos quando estamos acordados porque necessitamos escolher uma entre diversas realidades prováveis para aceitá-la como verdade e quando não acreditamos em nossos sonhos somos levados à nostalgia e a não ação, mesmo quando tudo além do que podemos controlar está indo bem. A dúvida pode nos ser cruel.

domingo, 15 de junho de 2008

Foi assim

A sombra nos seus olhos era de uma cor muito escura assim como seu sapato era roxo e seu sorriso aberto e franco como minhas dúvidas.


Foi assim em um lindo e claro dia de chuva. Fez sol e choveu também, por isso eu fiz certo. Outra paixão não... É mais um encantamento, a diferença eu não consigo explicar.

- Quer algo do shopping?
- Não. Vou com você... Para comprar cigarros. Não quero nada do shopping não, não agora que você está aqui.

Verde não era nada, dessa vez não tinha nada verde ou laranja, tinha azul porque tinha o céu e por isso mesmo também tinha cinza.
Tinha tudo que não era uma coisa só e era só isso que tinha, e foi bem assim.