sábado, 28 de junho de 2008

Sonho, saudade e crença

Sinto falta da vida, às vezes. Da vida corrida e agitada que levava em minha cidade natal. Às vezes, de voltar para casa depois de uma noite de risadas e acordar minha mãe com a extrema falta de sutileza que tenho com as louças e portas, às vezes. Agora tenho mais compromissos, mas o ritmo de uma vida sozinho parece menor, às vezes. Talvez seja o silêncio. O Silêncio que deve ser feito após as 10 horas da noite em meu apartamento não é o mesmo silêncio que deve ser feito durante as noites em que se mora com a família.

Quando algo parece não sair da forma como planejamos existe uma nostalgia do certo, uma saudade do que é indubitavelmente bom no nosso passado. Não há uma forma precisa de saber se, realmente, nossos planos estão se concretizando ou se tomamos alguma decisão errada em algum momento do tempo. Não podemos saber o que se passa na mente de outros e é difícil não formular hipóteses e julgamentos precipitados quando não se sabe de tudo, e nunca se sabe.

Acreditar sempre foi um problema para mim, por não ter controle sobre minha imaginação talvez. Quando digo em que acredito é apenas uma forma de dizer que nada me leva a pensar o contrário, ainda. Não sou uma pessoa acostumada a verdades absolutas.

O Sonhar e o planejar estão tão atrelados a si próprios como estão à nostalgia e a crença. Sonhamos com o que no fundo de nossa consciência achamos possível, mas nem sempre acreditamos nesses sonhos quando estamos acordados porque necessitamos escolher uma entre diversas realidades prováveis para aceitá-la como verdade e quando não acreditamos em nossos sonhos somos levados à nostalgia e a não ação, mesmo quando tudo além do que podemos controlar está indo bem. A dúvida pode nos ser cruel.

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