quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Era verdade

Se recebo um presente dado com carinho por pessoa de quem não gosto - como se chama o que sinto? Uma pessoa de quem não se gosta mais e que não gosta mais da gente - como se chama essa mágoa e esse rancor? Estar ocupada, e de repente parar por ter sido tomada por uma desocupação beata, milagrosa, sorridente e idiota - como se chama o que se sentiu? O único modo de chamar é perguntar: como se chama? Até hoje só consegui nomear com a própria pergunta. Qual é o nome? e é este o nome. - Clarice Lispector

Quando perdemos a paixão e desistimos de ficar juntos – como se chama esse carinho e essa resignação? Estar á toa, e de repente ser tomado por pensamentos e sentimentos passados, também sorridentes e idiotas – como se chama essa consternação, essa nostalgia do que não aconteceu?

Quis falar disso, do restinho de paixão e daquele tempo que vem logo depois de termos desistido, um pouco antes da próxima tentativa. Ás vezes agente tenta transformar essa paixão em raiva ou em mágoa, mas sabemos que não é nisso que ela se transforma. Ficar bravo e decepcionado ao sentir carinho ao rever alguém que foi especial para nós depois de tudo estar acabado é tão natural e eficaz quanto xingar o juiz de um jogo pela TV. É importante deixar aquele desespero e empolgação da paixão passar, mas tentar se convencer de que as pessoas que foram especiais para nós o deixam de ser é como tentar negar tudo aquilo que achamos belo no mundo por que no dia que fomos ver o pôr do sol estava chovendo. Essas pessoas, das quais nós um dia gostamos, não deixam de nos ser queridas e especiais, aceitar isso é pegar aqueles nossos velhos desejos, gastos e amassados e guardá-los como prova de que o que sentimos foi verdade. Entenda e aceite o que sente. Enfim; “Olhar a vida em sua face, sempre, olhar a vida em sua face e conhecê-la pelo que ela é, e amá-la pelo que ela é, até que tudo seja posto de lado.”

--KJ

P.S: O primeiro parágrafo é da Clarice Lispector e a última frase é uma adaptação de uma das últimas frases do filme “As Horas”.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Por enquanto as coisas vão bem

Quando as coisas vão bem agente fica bem bobo né? E é incrível que como totalmente "out of the blue" agente não precisa de mais nada e tudo que aparece e acontece é bom também manja? Só porque aconteceu numa hora boa. Engraçado isso ( engraçado agora pq se se as coisas estivessem ruim seria trágico... é bem assim mesmo que funciona meu guri, "get use to it!" ).

Então, quando as coisas vão bem agente fica prolixo! Tá tudo tão bom que não há necessidade de apressar as coisas, se está tudo bem agente não tem mais pressa de chegar logo no final e fala durante horas ( ou paráaaagrafos intermináveis).

Quando as coisas vão bem agente deveria é desobrir o porque? Porra, agente só pensa em Porque!, porque? por que meu Deus tudo tá dando errado. Seria útil é se agente tivesse a mesma determinação em descobrir porque tá tudo tão bem e tão "lindo".


Quando as coisas vão bem agente sempre solta uns comentários gays também, tipo o "lindo" do final do parágrafo passado, quão bixa é dizer tão lindo? E pessoas normais não sorriem para os outros na rua também não, quando se mora em Curitiba se você faz isso na rua as pessoas se afastam como se você tivesse lepra ou algo do gênero mas sabe que isso é bem bom! Porque quando as coisas vão bem alguém sempre sorri de volta e isso faz com que seja "lindo" viver em Curitiba.
Falando nisso, quando as coisas vão bem agente encontra denovo aquelas garotas tão "lindas" ( Agora não ficou gay... na verdade Linda é o melhor adjetivo DO MUNDO no feminino) que agente vê um dia num bar qualquer ( Qualquer dia, assim... em qualquer bar, isso não é uma adição biográfica pra dizer que fiquei super feliz em encontrar uma garota Linda que tinha visto no Bar James na quarta, eu não faria isso. )


Então, as coisas vão bem por enquanto.
Obrigado! (Todo mundo que tá feliz agradece um monte, não é uma regra nem nada, mas acontece)
Boa noite.
--KJ

Por Enquanto ...

Quando as coisas vão mal, agente recorre ao conhecido, ao alcool amigo, ao amigo querido, a desconhecida parceira.
Quando as coisas vão mal, o chão não esta muito perto para ajudar sabe? A procura é a revelia. Mas ninguem pode ajudar quando você sabe a resposta para suas perguntas.

Quando as coisas vão mal, você só não quer que elas piorem não é? Quando as coisas vão mal você se segura ao lado positivo do negativo, o preto e branco normalmente não lhe salvam, o chão não existe, e agarrar-se é impossivel.

Quando as coisas vão mal, e vc sabe as respostas para as perguntas, só resta a coragem de colocar os pés no chão, mas o medo de sentir o solo lhe impedem de deixar as coisas bem.

Quando as coisas vão mal, sabe, elas ainda podem piorar e parece desejo, um querer, um mergulhar no meio do oceano. Quando as coisas vão mal, não é ruim, é um arranhão, passe metiolate, sopre, e esteja pronto para voltar para o play.

Mas quando as coisas vão mal, agente precisa saborear o cheiro do fundo do poço, a terra salgada, a escuridão, para quando sentir o sol, a chuva em seu rosto na superficie, vc nunca mais querer estar lá.

Mas só quando as coisas vão mal. Só...