quinta-feira, 11 de junho de 2009

Eu vejo fantasmas

Numa dessas noites atrás, em um dia de todos os dias, após todo o expediente de trabalho e aulas chegou à hora pela qual tinha esperado durante quase uma semana, podia sair denovo. Essa minha mania de sair sozinho já durava algum tempo e nada de especial estava me esperando, pelo menos nada que eu tivesse total consciência, porque nesses dias de todos os dias onde nossa vida é meio que encenada para nós durante alguns instantes existe aquele frio e não é um frio que se possa agasalhar ou esquecer com álcool, estou falando daquele frio debaixo da pele dagente, o que nos faz abaixar nossos olhos um pouquinho antes de presenciar algo na esperança de poder ignorar o que vimos. Mas agente não pode ignorar essas coisas, podemos ficar distraídos, podemos apenas, como tantos outros, não ser sensível o suficiente para ver, mas uma vez que você veja, não há como disfarçar, e a negação não nos traz nenhum alento.
Esse dia todos os meus fantasmas também saíram para dançar, o meu azar... é que fomos todos nós parar no mesmo lugar. Eu dancei um pouco com eles, esbarrava em alguns de música em música. Não tenho nada contra ver fantasmas, eu tenho minha vida para viver e não os temo mais, me acostumei a viver ao redor de vários, o que me deprime é o desejo espalhafatosamente silencioso de que eles me vejam também.


--KJ