segunda-feira, 13 de outubro de 2008

República

- Rubia?
- Sim.
- Nada não ele diz, talvez esteja apaixonado por você ele pensa, queria te dizer isso, mas não rola.
- Eu estou indo no supermercado com a Malu, você quer que eu traga algo? Ela responde olhando um pouco para o lado e evitando os olhos dele. Normalmente ela não faz isso ao falar com as pessoas, mas ele sempre a olha como se não visse ela há anos e eles se vêem praticamente todo dia, ela sentia um desconforto e quase sempre ou segurava a mão da Malu ou a beijava ou fazia algum comentário esdrúxulo sobre alguma gostosa, porque quando agente fala assim elas não são pessoas, não são mulheres, são só umas gostosas, deve ser bem ruim ser uma gostosa se você não é burra e superficial ela pensa. Rúbia sempre se perde em suas divagações, também gosta disso, passar bem rápido na frente de vários lugares diferentes nos impede de querer entrar.
- Vocês vão fazer alguma coisa hoje à noite? A Lúcia ligou, esqueci de avisar, é aniversário dela hoje, elas vão naquele bar GLS que agente foi semana passada, sabe? Ele pergunta para mudar de assunto e não ter que responder a pergunta de Rúbia.
- Nossa eu a-do-rei lá, vamos, vamos? A Malu interrompe usando sua voz alta e estridente. Eles não se importam, ela sempre é muito feminina e eles entendem que ela demonstra afetação como que para se lembrar, para se afirmar. É bem chato, mas eles não se importam.
- Você é afim de ir? Rúbia pergunta pra ele, segura a mão da Malu e coloca a outra mão na porta, saindo.
- Acho que eu vou sim ele responde. Ele já desistiu de não ir aonde Rúbia estará, agora ele sabe que pode abrir mão de quase tudo, de tentar, de mudar de idéia, de desapaixonar-se, mas ele ainda não consegue abrir mão da companhia dela, ele ainda pertence aonde ela está. Ele gostaria de não morar com elas, sempre soube que essa história de república com mais do que um sexo era uma furada, sempre soube.
--KJ

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Achados e Perdidos

Me perdi um pouco esses dias, pior que era um pedaço importante saca? Não sei dizer de onde ele caiu, foi um troço qualquer daqui de dentro, mas caso alguém o encontre nem se preocupe, pode ficar...
Tava dormindo demais, acordava, comia e voltava a dormir, até fazia umas coisas entre isso, mas nem vale à pena contar.
Não é que agora esteja melhor, é que agora tem essa lacuna, eu até tinha uma idéia do que colocar no lugar dela, não coube.
--KJ

Platônico

As vezes me pego pensando em você quando acordo, imagino como seria acordar ao seu lado, olhar você ainda dormindo, e beijar sua testa sem te acordar. Depois te esqueço, lembro só bem depois, quando estou no banho somente, me preparando para ir trabalhar ainda, imagino como seria terminar de me arrumar e te encontrar à mesa matutina para lhe dar bom dia, contar meu sonho e saber dos seus, beijar-te novamente e sair de casa.

No caminho, com o som do carro ligado me desligo do engarrafamento, a música que toca faz-me lembrar de ti, e imagino o que esta fazendo em casa, será que esta se arrumando ainda? Qual roupa será que esta, e abre o semáforo. Só bem depois me pego pensando em você, no próximo sinaleiro somente, quando vejo uma loira escultural de 1,80m atravessando a rua, e lembro dos seus negros cabelos, sua estatura baixa, nossa. Depois só lembro de você quando uma senhora atravessa a rua, de cabelos grisalhos, ela tinha brincos iguais aos seus, iguais ao que você estaria usando em uma noitada curitibana comigo.

Chego ao trabalho para mais um dia, pego a pilha de papeis que tenho que analisar, levo até a mesa e ligo o automático até a hora do almoço, vou para a lanchonete perto do trabalho e enquanto peço meu sanduíche favorito um moleque de uns 10 anos pede um sanduíche vegetariano com maionese extra, impossível segurar meus pensamentos, eles me levam para você imediatamente, e imagino como seria bom dividir uma mesa de almoço com você, conversar sobre tudo um pouco e sobre nada, muito, até a hora de voltar ao trabalho.

Termino o restante do expediente como comecei, lembrando como seria chegar em casa e te encontrar carinhosa a me esperar, com um boa noite acolhedor e um beijo sedutor. Pego o meu carro no estacionamento para voltar para casa e nem penso mais em você, mas me pego lembrando de ti quando passo na frente da locadora e vejo um cartaz de uma comédia romântica, daquelas que você gosta de assistir e eu gosto de ver ao seu lado abraçado depois do jantar.

Logo chego em casa para jantar sozinho, assistir o JN sozinho, e nem pensei em você durante o dia, só agora, quando me preparo para dormir, penso em como seria bom pelo menos sonhar com você, pelo menos assim, estaria com você por toda a noite.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Um pouquinho...

Fico, às vezes, pensando se as coisas que passam pela minha cabeça, passa pela cabeça dos outros. Afinal, as mazelas da vida parecem que só acontecem com a gente e, as benesses, com todos. Sei que a minha imaginação é foda e, por causa dela, sofro mais do que precisaria. Sendo assim, salvo você leitor, se a sua imaginação é similar a minha, você não esta sozinho, sofro contigo.

Uma estranha passa e a imaginação dispara. Não precisa ser com a pessoa em questão, nem parecer irmã gêmea de uma conhecida, basta ter algum detalhe, para lembrar alguém tido como especial. Divago, para uma galáxia distante, muito distante. Flutuo, em nuvens cercadas por querubins, tocando suas melodias em harpas.

Imagino: fantasias reais, desejos escondidos, situações inusitadas, tudo e mais um pouco, enfim. As vezes por 10min, 15min, quem sabe horas, vôo por entre os anjos, perfeita imaginação. Só que em um momento ou outro tenho que voltar para o solo, encarar a vida e, racionalizar um pouco, pelo menos um pouco não é. E não sei de fato, mas me parece, que acabou a “piração”. Bate a depre, com os fatos me batendo, surrando até o ultimo fio de cabelo branco da minha cabeça. Tento me defender, mas não dá, e dói como qualquer surra.

Doeria o corpo, se a surra fosse infligida por punhos, mas pior, dói a alma. Algo que temos e, não tem tylenol ou, quiçá, gardenal, que amenize a dor. O remédio seria viver uma realidade melhor que o sonho ou, pelo menos, exatamente igual. Mas cadê a receita médica, farmácia ou posto de saúde em uma hora como essa?

Não tem não, ou arruma o remédio ou para de sonhar, de qualquer forma, boa sorte. Entretanto não se preocupe, você não esta sozinho, o problema, é achar que estou.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Errado (Mente em trabalho, pensamento do dia)

Me perco em pensamentos perfeitos, errado como tudo que não tem falhas. Errado por não poder dizer a verdade que não posso ter. Que não quero compreender. Errado. Não vai dar certo. Errado é não tentar. Mas para que tentar algo que vai falhar. Não dá para sonhar. Errado é sonhar. Errado é tentar. Errado é não viver. Errado é pensar. Não da para ser feliz pensando, só se é feliz fazendo do sonho realidade. Sem acertar ou errar, porque isso é pensar, tentar, racionalizar. Errado é escrever. Chega. Errado seria continuar.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Jogos e Vida.

Na Teoria dos Jogos existem vários tipos de resultados possíveis por existirem diversas formas de jogos. Várias definições nos arrebatam, soma zero, cooperativo, evolucionários, equilíbrio pareto eficiente, equilíbrio de Nash, dentre outros.

Há os que dizem que a vida é um jogo, que cada decisão é uma estratégia. Assim, quem entende a teoria dos jogos leva vantagem? Gostaria que a resposta fosse sim, mas... mas entender as implicações de cada decisão, aceitar os riscos, esperar as respostas dos outros agentes, nada disso importa no jogo da vida real.

Na melhor das hipóteses aceitamos a "estratégia dominante" quando uma de fato existe. Normalmente esta estratégia acontece segundos depois de você pensar "que diferença faz" ou "pelo menos sei que vou fazer a minha parte" ou, na definição da estratégia, "isto é o melhor que posso fazer independente de todo o resto", o problema é quando "o resto" toma a pior decisão possível para você, apesar de saber o resultado desta possibilidade, não há nada a fazer, você fez o seu melhor.

Como em qualquer jogo, não da para ganhar sempre. Com a vida não é diferente, tanto nas grandes batalhas quanto nas pequenas diárias. Contudo, isso tudo você já sabia, foi só para lembrar, e continuando o que você já sabe, o importante é não parar de jogar, afinal, quem sabe o prêmio do próximo jogo que você vai ganhar, não é mesmo?

Finalizando, juntando o titulo de duas musicas, e só para explicar, apesar de não dever explicações, este é o motivo deste textinho: For "All the Things that I've Done" I'm "Waiting for the World to Change". Apesar de parecer negativo, bom, depende, e lhe digo que não é. :D

domingo, 24 de agosto de 2008

Memórias

De tanto esperar a imperfeição perfeita, o sorriso mágico, o olhar maroto, o toque gentil ou doce gosto, esquecemos. Depois de cada um, seja na ordem, na desordem ou em diferentes segundos, passou. Depois de viver parece que não vivemos, procuramos.

Esquecemos que a repetição exata é melhor que a repetição diferente, esquecemos que ter o mesmo verdadeiro para sempre, é melhor que o diferente verdadeiro do presente. Escolhemos sem razão uma saída, uma fuga ou uma ilusão, para onde o destino não esta escrito, nem o começo definido.

Esquecemos que o verdadeiro para sempre não tem final definido, que tem mais surpresas que o desconhecido, mais gostosas e saborosas, mais doces e desafiadoras. É na escolha do para sempre ou do presente estridente que fazemos da vida laboratórios de gente, mas não é deprimente.

Deprimente seria não procurar a perfeita imperfeição, seja agora diferente ou igual para sempre. Deprimente seria procurar o diferente pelo medo presente, esquecer de você e de alguém, para lembrar de outro alguém e você.

Por isso esqueça, desde que não seja deprimente, por ser isso você, você e alguém, agora ou amanhã, de verdade para a vida, ou de verdade para amanhã. De mentiras bastam as imperfeições perfeitas dos olhos de verão, da pele de inverno, dos cabelos do outono ou dos brotos da primavera.

Por isso lembre, desde que seja para sempre, por isso ser você, você e você, de agora e de sempre. De verdade então tudo o mais, as juras de hospital, os desejos de travesseiro, as promessas de espelho ou o cantar no chuveiro.

De verdade ou de mentira, para lembrar ou esquecer, de você ou de alguém, não se esqueça de lembrar, que tudo na vida fica com a gente, para sempre.