domingo, 25 de maio de 2008

Intervalo

É intervalo e a próxima aula está próxima quando insisto em ir até um banco no jardim interno. Um jardim dentro de um prédio, fechado entre corredores e exprimido junto ao pátio coberto aonde o relógio marca 17:32 e amigos se encontram rapidamente, trocando olhares e cumprimentos apressados, alguns param e deixam-se transbordar da alegria em se rever e da cumplicidade de prisioneiros felizes, apesar de ainda estarem ali. Mal se pode ver o céu, árvores grandes demais para o pequeno jardim se engalfinham e buscam os dias de sol como antigas curitibanas por demais acostumadas às cinzas tardes de outono.
Também troco cumprimentos e olhares afáveis, no fundo desejando secretamente que me deixem ali no banco, cercado por uma espécie de trepadeira cujas flores que ha alguns dias eram rosa, hoje são vermelhas, queimadas pelo sol.
Gosto de me sentar ali, fora da visão das pessoas que passam pelo pátio coberto, observando outros que como eu, busco abrigo nas antigas curitibanas para conversarem quase-reservadamente. Alguns casais, alguns desses ainda distraídos e por estarem distraídos riem mais e aproveitam mais a companhia um do outro. Lembro-me de um conto da Clarisse. Agora já não estamos mais distraídos, hoje ela não passará aqui. Vou para próxima aula.

P.S.: Tenho escrito pouco então decidi postar algo que escrevi já ha algum tempo mas se tornou relevante denovo nas minhas divagações.

Um comentário:

Anônimo disse...

eh... compreendo. de vez em quando este conto se tornara atual para cada um de nós.