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sábado, 19 de janeiro de 2013

The Frame


This night his mouse trap didn’t work, the noise, instead of putting him to sound sleep brought him memories of regrets. Inside of a melody never heard he saw a multitude of shades of grey. Naively the man though he could keep sanity and not drift away wasting hours away. The drum found its pace with his heartbeat, the guitar chords made friends with anxious fingers and the bass, like always, felt misplaced, just like a lunatic working mind.

Without a doubt he was bad tripping over oxygen, the worst kind, the conscious way of mind wandering. I would wish him well, try to help, but it’s too late to be rescued, the man is already in yesterday land and his pillow can`t bring him comfort, can`t undo his wrong doings.  I could wake him up, but his eyes are pealed to the wall, felling the music, thinking of it as a lifesaver when, in fact, it’s just an anchor. I could turn on the lights but I`m afraid that the colorful bright light will burn his eyes.

All left for me to do is to seat, and watch him to lose himself in self-pity. It’s weird, I can see a frame around him, maybe metallic, maybe wood, but it’s definitely a frame. Weirder still is that his only reactions was when I frown in recognizing the frame… he frown back. 

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Grandes Expectativas

A forma como vemos o mundo e as pessoas depende do instante.

A sensação do vento no rosto.

Aquele frio na espinha e o arrepio que dá quando alguma coisa vai acontecer.

Ás vezes temos vontade de ir embora.

Ás vezes achamos que não falta mais nada e rezignados sorrimos para nossas expectativas.

“O que essa imagem do mundo pode significar?

Quando ela é verdade nós a reconhecemos, em nós mesmos, em outros.

Nós a reconhecemos como ao amor, completamente imerecido.”

Essa visão da verdade não desaparece da memória como os detalhes do que aconteceu naquela noite numa esquina tão longe de casa.

A sensação dela persiste.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Para um cara Covarde

Ele era um cara covarde quando se tratava de ir falar com garotas, mas queria mudar isso juntando coragem durante muito tempo e criando mundos imaginários e situações possíveis para que dessa forma, depois que soubesse tudo o que poderia acontecer teria um plano e uma resposta para tudo. Não deu certo.

Depois ele começou a ter momentos da mais legítima caradepauzisse, mas estes momentos esporádicos colocavam o garoto em situações deveras lastimáveis, pois eles duravam pouco e quando as horas seguintes chegavam a expectativa de manter a pressão estragava tudo e a coragem forçada se transformava na incapacidade crônica de dizer: - Oi, tudo bom?
Este conto é pra esse cara, ele me pediu pra dizer:

- Oi, tudo bom? Desculpa por não ter te dado Oi aquele dia tá?
--KJ

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Assinado Eu

A Universidade de férias não fica vazia, ainda pulsa em seus corredores algumas pessoas que vão com sorrisos em sua maioria, pois não se trabalha por notas ou por obrigação nesta época e todos que lá habitam não o fazem por sobrevivência já que poderiam ter outros empregos, muitos com melhor remuneração.
Lá é um tanto quanto uma utopia nas férias e apesar da nossa relação difícil ultimamente estamos em trégua, ela me recebendo de volta sem mágoas e eu tocado por sua beleza e cantos à mostra agora, mas negligenciados pela maioria nas épocas mais difíceis.
Choveu e por isso passei mais tempo com ela, em meus lugares favoritos, no banco que aprendi a gostar, embaixo da trepadeira de flores rosas que se tornam vermelhas quando queimadas por alguns dias de sol.
Talvez nos vejamos apenas por alguns dias, mas talvez nosso relacionamento ainda dure, talvez anos.

“Mas em toda história é nossa obrigação saber seguir enfrente seja lá qual direção, eu sei.”
--KJ

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Fool me once, Shame on you.

- Alô

- Claro...

- 3 horas da manha e você está filosofando sobre o seu dia.

- Homens apaixonados é pior que mulher apaixonada, e as 3 da manhã, sabia que eu acordo em 3 horas para trabalhar?

- Novidade

-Claro, sem querer, uhum

- A gente sempre pode um pouco mais, desde que não se importe com o longo caminho da volta. , qual foi o trigger DESSA vez?

- Que pira, mas continue, sem graça... olhar nos olhos, e ai?

- Certo certo, melodrama, Maryll Streep com Clint Estwood, prossiga.

- Lógico, apaixonado... mas vem cá, você não tem credito no celular, você não tem linha fixa, da onde porra você esta me ligando as três horas da matina?

- Besteira de incomodar, vai se fuder, quando você incomodar eu desligo o telefone na sua cara. Isso me fez lembrar de Hamlet, "Pensar nos acovarda", muita pira a sua velho, e agora você esta pirando em me incomodar, porra, ... "pensar nos acovarda".

- Foi isso mesmo sim, você quem me disse, agora vai dormir.

- Pensar pensar, 3am, e depois de tudo, vai pensar, PENSAR... Até guri.

- Valeu é o caralho, são 3am.... .... e nada de e-mail dessa vez porra.

domingo, 19 de julho de 2009

Fool me twice, Shame on me.

- Meu Caro, fiz uma cagada...

- Não, não foi hoje, na verdade não é nem uma coisa só sabe. Você sabe que sempre tem aquele momento né? Aquele que agente pode se entregar, deixar-se envolver e se perder, se apaixonar, etc... Você está me entendendo? Eu sei que tem esse momento. O que fode é que eu estava distraído e daí quando fui ver já tinha passado outra vez manja?

- Na verdade não, foi faz um tempo já agora. Sim, tinha acontecido daquela vez e eu tinha meio que superado ela já. Como se não fosse o suficiente ter feito isso da primeira vez, mas aconteceu.

- É... Estou sim.

- Você sabe que eu sou um cara que me perco ás vezes não sabe? Estava com nossos camaradas conversando na boa. Você sabe que eu não faço de propósito, foi um pouco sem querer.

- Agente sempre acha que pode mais um pouco, que não tem problema e fica um pouquinho mais sentindo aquele cheirinho bom, escutando o som daquelas asas e vai se perdendo.

- Acho que começa comigo olhando para os olhos. – Eu não olho muito para os olhos das pessoas, não fixamente sabe? – Depois vou ficando sem graça e quase sempre dá para superar e me conter por isso, com isso de ficar sem graça porque a outra pessoa também fica sem graça então a coisa meio que murcha não é mesmo?

- Mas lá quando eu ficava sem graça ia falar com os piás, sempre tinha essa desculpa e além de tudo nos outros dias que voltei lá ela me cumprimentou e foi como o amanhecer de ano novo.

- Ela brilha ás vezes, eu sei que você e os piás acham que ela é meio apática, mas eu te juro que vejo isso, e nessas horas eu acho que vou dar bandeira, que vou estragar tudo.

- Estou no orelhão aqui na frente do apartamento. Não estava conseguindo dormir, foi mal te incomodar com isso outra vez.

- Bem lembrado meu velho, “Pensar nos acovarda”, foi mais ou menos isso a fala.

- Boa... Vou descansar e pensar nela. Assim acovardo-me o suficiente para não fazer nada estúpido.

- Valeu. Amanhã agente se fala no MSN. Abraço.

--KJ

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Once upon a time

Estava no teatro do Dom Bosco em Campo Grande, cerca de duas semanas antes de me mudar quando ela fez uma pergunta desconcertante ao coordenador que tentava argumentar sobre um tema polêmico na época.
Lembro-me da sensação ao olhar para a fileira logo atrás.
Como quase todos no colégio tínhamos amigos em comum e foi fácil, até natural, encontrá-la na saída conversando com um bom amigo meu. (O nome dele começava com A. Talvez fosse Arnaldo.)
Andamos pelo mesmo caminho algumas quadras descobrindo que morávamos perto, depois fui ao seu apartamento, tinha um CD do Zeca Baleiro lá, tomamos tereré com limão lá em baixo.

Conversamos.

Gostaria de me lembrar o que conversei com a garota pela qual me apaixonei poucos dias antes de mudar de cidade. Ela me disse que se sentia segura comigo.
O que sentia era tristeza.
Nesse dia eu pensei em largar tudo, em ficar em Campo Grande e talvez prestar medicina ou quem sabe psicologia, mas eu sabia que estávamos acabados. Uma pessoa não pode abandonar seus sonhos e seus planos por outra, isto seria maldoso.
Alguns anos depois eu voltei a seu apartamento nas férias e perguntei por ela, seus familiares disseram que estava em outra cidade.

O nome dela é Índila, nunca soube o resto.

sábado, 27 de junho de 2009

Uma cigarro após o outro

O sol já raiou e a conversa não acabou. A melancólica lua já deixara o céu e a música depressiva ainda tocava, e por isso a conversa continuava. Os amigos tentavam esgotar o arsenal de assuntos sem sucesso. Mulheres, jogos, filmes, músicas, piras psicodélicas, frases desconexas. Uma frase qualquer sempre levava a um encadeamento de idéias sem fim.

O resultado 1: uma noite perdida, uma tristeza intumescida, um cinzeiro cheio.

O resultado 2: uma noite vivida, uma companhia compartilhada, um cinzeiro cheio.

O resultado 3: uma noite entristecida, uma companhia infinita, um cinzeiro cheio.

O resultado 4: uma noite inconclusiva, uma companhia reafirmada, um cinzeiro cheio.

Conclusão: O cinzeiro está sempre cheio...

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Queria ir embora.

Tá muito calor pra ficar de conchinha, queria vestir minhas roupas e mandar essa mina embora... O quanto antes.
Um camarada certa vez me disse:
- Nossas camas deveriam ter botão de “Eject”!
Na hora eu só ri e achei uma notação curiosa. Agora tava meio rindo sozinho e procurando algum lugar pelo qual ela poderia ser ejetada enquanto ela falava alguma coisa que eu não tava prestando atenção... teto, janela talvez?
Não é que a garota não seja gostosa, ela é, e não ouve nada de errado, foi um ótimo sexo e mesmo se tivesse sido ruim, sexo ruim é melhor do que qualquer outra coisa, certo?
Adoro acordar garotas chupando-as, o problema é que eu durmo como um morto e sempre acordo tarde pra caralho, o que faz com que essa prática seja de difícil realização. Mas vai ser foda de dormir com essa mina aqui, mas antes dormir do que conversar mais com ela porque puta que o pariu, eu só beijei ela da primeira vez para evitar ter que escutar ela falar ainda mais.
Parece que ela está dormindo agora, como gostaria de ir embora... Que bosta que estou em casa.

--KJ

Um Almoço no Shopping

“Está decidido” – pensei 5 segundos após acordar. Eu deveria ter aprendido que decisões tomadas 5 segundos após acordar nunca são boas, mas já estava decidido. Me arrumei rapidinho, sem muitos cuidados, afinal iria almoçar no shopping e já voltar para escrever no blog, ledo engano.

Fui andando de cabeça baixa pela rua, não por falta de confiança ou baixa auto-estima, estava pensativo e meus pés pareciam precisar de atenção especial, pensei na vida, claro, como todo mundo, pensei que estava solteiro, e que bem me faria uma namorada. Pensei também no que escrever no blog, mas essa parte não é importante, a da namorada/mulher é importante.

Cheguei a praça de alimentação, e já sabia que iria comer algum tipo de sanduíche, mas vamos pular essa parte. Depois de comer, enquanto ainda terminava de tomar o meu suco, olhei uma linda mulher comendo a “famosa” saladinha. Abaixei a cabeça por um segundo, dessa vez era a auto-estima, mas foi breve o momento, logo pensei que eu deveria ir falar com ela e somente iria esperar para receber algum olhar desapercebido.

Ela me olhou por 2 segundos e foi o suficiente para tentar alguma coisa, lancei-me. Levantei da mesa resoluto, andei a passos largos, pensando ... como diz a música do The Frames... na “Perfect Opening Line”. Conclui que um simples “oi” seria um ótimo começo.

“Oi” – disse eu sorridente e segurando uma cadeira da mesa dela.

“Oi” – disse ela.

“Posso me sentar por um instante?” – Apreensivo

“Pode, claro” – disse ela

- pausa eterna – na verdade dois segundos só.

Quando abri a boca para falar, ela quebra o silêncio primeiro – “Com licença” – levanta e sai.

Voltei para casa.

Just another clusterfuck of thoughts

It past by me fast, twenty-eight years, like a blink of an eye: adulthood. Like I haven’t enjoyed life and all that melodramatic bullshit. That’s right, melodramatic bullshit, because you have to think of everything you did and or not did, sum everything up and recognize that final number is positive, it always is, don’t fight against the pure and undeniable number.


Now I fell like every time I was felling blue was for lack of perspective, was for misjudgment, but that’s melodramatic bullshit as well. It’s just life as it is, it’s just a negative number in your equation, but always remember to add those rational numbers up and accepted that your life is better than you think.

I’m giving up of felling sorry for myself, of misjudging periods of time, for now on I will accept that the equation’s result is always positive and live each day in a way to improve this result, accepting any punctual outcome life may throw at me as a deviation of the central point, as should you do as well.

domingo, 14 de junho de 2009

O Céu estava bonito Hoje

Sempre se vê algumas pessoas nas ruas da vizinhança, apesar de ser domingo apesar do frio e apesar do feriado, apesar do sol que bate do outro lado da avenida, deste lado ainda está frio. Passando pela Praça Oswaldo Cruz onde sempre alguém está correndo e até chegar ao Shopping Curitiba se cruza com algumas pessoas que trabalham, andam, conversam e mechem umas com as outras, pessoas ás vezes compenetradas, ás vezes agressivas, continuo apesar deles e logo a frente existe um cursinho onde pessoas só esperam, matam aula e o tempo onde pessoas são bonitas e novas e alegres e esperançosas. Depois disso não tem nada por um tempo, já estou distraído demais para notar e analisar e tirar conclusões. Olho para os dois lados da rua e não há ninguém, ás vezes penso ter visto, talvez alguém. Uma vez... Uma vez eu sabia para onde ir, mas não mais, agora eu continuo andando e penso na Praça do Japão que já está quase chegando, longe de casa tenho vontade de voltar, mas não posso, não estando tão perto. Também tenho vontade de olhar para o céu azul frio e isso eu posso, apenas disfarço um pouco, me sento na praça pensando que poderia ter trazido o mp3 ou um livro, quem sabe os dois. Lembro-me de alguém com a vontade de tomar café que é tão bom no frio, que é tão bom com alguém e tão bom para acordar.

Penso se ela poderia me desprezar, me esforçando tanto, para ser alguém melhor, sempre para ser alguém melhor. Então... Penso em estratégias, no que não fazer e no que está pela frente sem ter medo de tentar, de pular, de cair. Resignado cruzo os braços para aquecer as mãos, as esfrego frente à boca aquecendo-as com um bafo quente forçado e me levanto apoiando no banco, volto para casa, volto para casa um pouco melhor do que sai porque o céu estava bonito hoje.
--KJ

sábado, 13 de junho de 2009

Minha mente ás vezes se perde, divago.

Sempre que estou ansioso me pego olhando pela janela e acabo me lembrando que Tomas nasceu assim, olhando pela janela. Preocupado com muitas coisas eu estou mas não é isso que me faz levantar de madrugada e vir fumar olhando pela janela.

Acho que é por causa daquele vento no rosto... sabe qual?

--KJ

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Eu vejo fantasmas

Numa dessas noites atrás, em um dia de todos os dias, após todo o expediente de trabalho e aulas chegou à hora pela qual tinha esperado durante quase uma semana, podia sair denovo. Essa minha mania de sair sozinho já durava algum tempo e nada de especial estava me esperando, pelo menos nada que eu tivesse total consciência, porque nesses dias de todos os dias onde nossa vida é meio que encenada para nós durante alguns instantes existe aquele frio e não é um frio que se possa agasalhar ou esquecer com álcool, estou falando daquele frio debaixo da pele dagente, o que nos faz abaixar nossos olhos um pouquinho antes de presenciar algo na esperança de poder ignorar o que vimos. Mas agente não pode ignorar essas coisas, podemos ficar distraídos, podemos apenas, como tantos outros, não ser sensível o suficiente para ver, mas uma vez que você veja, não há como disfarçar, e a negação não nos traz nenhum alento.
Esse dia todos os meus fantasmas também saíram para dançar, o meu azar... é que fomos todos nós parar no mesmo lugar. Eu dancei um pouco com eles, esbarrava em alguns de música em música. Não tenho nada contra ver fantasmas, eu tenho minha vida para viver e não os temo mais, me acostumei a viver ao redor de vários, o que me deprime é o desejo espalhafatosamente silencioso de que eles me vejam também.


--KJ

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Diga não ao Overshare

Oi, tudo bom?
Deveria ter (te) escrito isso antes porque na real, agora eu não tenho mais nada pra (te) dizer e não deveria ter (te) escrito, deveria ter (te) falado. Porque agora só o “Oi tudo bom?” já é tudo, entretanto, agora tenho uma historinha para compartilhar.
- Não me interrompa beleza? Você assume muita coisa sabia, acha que sabe como eu me sinto, o que eu desejo, quais são meus sonhos, assume que sou um cara bonzinho e assume que me apaixonar constantemente é uma falha ou que o fato de não me envolver com ninguém é falta de caráter – sim, isso é um fato – mas alguns fatos não querem dizer nada.
- Não me venha com essa merda de que eu sou bom demais para você, que você acha melhor não me ver mais porque não está preparada para um relacionamento. Isso é verdade, eu sou bom demais e você não está preparada para um relacionamento, mas quem disse que eu estou? As minhas decisões baby, sou eu que tomo, que tal você ser uma boa garota, calar essa merda desta sua boca e deixar que eu diga o que quero?
As coisas que as pessoas falam quando não querem mais se ver é a mais pura babaquice. Qual é a necessidade de discutir uma relação que não existe? E agente fica sem graça, sem ter o que falar nessas horas, porque não existe a necessidade de ser grosso e responder a verdade, certo? Muitas vezes não há nada de tão bom assim na verdade... E overshare meu caro, overshare é um pecado maior do que a mentira. Veja só um exemplo de overshare que achei melhor me calar:
(Imagine uma voz fina de mulher afetada e super gesticulando – não foi assim que aconteceu, mas é bem mais engraçado) – Ai, eu não estou preparada pra um relacionamento, acabei de sair de um longo e você é tão bom, não quero te magoar. (Cara de quem tá falando com uma criança retardada ou com um filhote doente)
(Agora a resposta que não se pode dar) – Relaxa garota, eu prefiro relacionamentos de verdade, cumplicidade, boas conversas e tudo que tenho direito, mas se você está propondo que eu te coma ás vezes e que não quer exclusividade de nenhuma das partes. Opa... Conte comigo.

Então, a moral desta história, se é que ela tem uma moral é:
Não assuma o que as pessoas querem ou sentem.
DR é só pra depois que já se tem um relacionamento.
Não de desculpas ou satisfações se alguém está afim de você, corresponda... ou não.
Diga NÃO ao Overshare.

--KJ

terça-feira, 26 de maio de 2009

Paris (Parte 2 incompleta - Conto Continuado)

“Senhores passageiros, estamos começando o processo de aterrissagem, dentro de 15 minutos estaremos na cidade luz, é meia-noite de 22 de Agosto”. Kilian dormira por todo o vôo, apesar de ter saído pela manhã. Dormiu como se tivesse desligando-se do passado, para poder acordar sem um despertador controlador, sem a rotina conhecida, entretanto, acordou como 14hs atrás, completamente impróprio para ser um ser social.


Ele não estava se importando, passou a mão pelo rosto, como se o estivesse lavando, “arrumou” os cabelos, e acenou com a cabeça para as mulheres ao seu lado, com vergonha de dizer boa noite e revelar seu mau hálito característico de quem dorme por horas a fio e não escova os dentes.


Kilian passa por todo o processo de desembarque característico, pensativo, afinal, não tinha para onde ir, não tinha o que fazer, e ficar no hotel parecia maçante demais. Entretanto, foi para o melhor hotel da cidade, pois sabia que lá poderia comprar algumas roupas e se preparar para a noite, afinal, já dormira demais.


Depois dos preparativos Kilian esta na frente do hotel, esfregando as mãos como se maquinasse um plano infalível, na verdade estava em dúvida para qual lado andar. Decidiu por ir para frente, cruzar uma praça e seguir. Passou por algumas pessoas estranhas, bom, estranhas para o mundinho de Kilian, eram só pessoas com cabelos variados e brincos em mais lugares do que somente em suas orelhas. Ele pensou, e concluiu, que eles saberiam de um lugar para festar, no estilo que ele estava procurando pelo menos.


Abordou um dos homens do grupo, e falando seu francês fluente perguntou onde a noite parisiense poderia estar quente. Obviamente o grupo de jovens olham para Kilian como um alienígena, afinal ele estava vestido como costuma se vestir para sair, social esportivo. Kilian logo nota qual o problema e se apressa em dizer “um lugar que vocês costumem freqüentar”. Uma das mulheres resolve quebrar o silêncio do grupo e lhe da algumas dicas com um sorriso de canto de boca, como se pensasse - “quem é esse louco”.


Kilian agradece, coloca as mãos no bolso e segue a pé para o local mais próximo sugerido, ele já estava cansado de lhe perguntarem seu destino nos taxis, ele não tinha destino, ele tinha o momento para viver, e as pessoas pareciam não se importar em perguntar algo sem resposta.


Kilian chega ao local após uma curta caminhada, “La Vie de La Nuit”. Na fila para entrar no estabelecimento pessoas normais, usando tênis all-star, óculos de grau hipe, peças de roupa diferentes das dele em tantos sentidos que não podem ser descritos, basta dizer, diferentes.


Finalmente chega sua vez de entrar, a porta se abre e o som de música é composto pela seguinte estrofe:

And the sky is full of dreams
But you don’t know how to fly
I don’t have a simple answer
But I know that I could answer
Something better

Uma banda no palco cantando, parecia um show improvisado, unannounced, somente para os afortunados da noite, mas Kilian não os conhece. Na verdade ele não conhece nada além de trabalhar e ficar sozinho. A estrofe pareceu o que ele precisava ouvir e já estava desesperado para saber quem estava cantando, que música era, estava pronto para se tornar o fã n°1 deles. Aproximou-se de uma linda moça, não por escolha, por simples proximidade, e perguntou quem era a banda. A mulher o olhou como se ele estivesse perguntando a coisa mais absurda do mundo, como se não conhecê-los, pelo menos naquele lugar, era crime punível com o escárnio pré-morte, mas mesmo assim respondeu – “The Killers, e a música é This is Your Life” – saindo rapidamente de perto do incauto estranho vestindo social esportivo.


Kilian ainda estava no seu momento FODA-SE, e não ligou nem um pouco para a receptividade da moça, simplesmente estava feliz demais por conhecer a melhor banda do mundo, a única que conhecia é verdade, mas foi direto para o meio das pessoas, dançou, suou, gritou e aproveitou, exauriu-se rápido, mas a primeira vez é sempre assim não é mesmo?

Seattle (Parte 1 - Conto Continuado)

Um segundo após abrir os olhos Kilian sabia que nada seria como antes.

Tudo começou exatamente um ano atrás, quando mais uma vez, dentre tantas outras, Kilian acordou e sabia todos os momentos que o dia lhe guardava. Desligar o despertador ensurdecedor, do barulho mais estridente que ele pôde achar, levantar-se, caminhar pelo quarto em direção ao banheiro enquanto pensa na rotina: trabalho; almoço fast-food, para poupar tempo; trabalho; retornar para casa; jantar sozinho tomando um cerveja morna dada a idade da geladeira e; voltar a dormir. “Deprimente” - pensou ele pela primeira vez em muito tempo.

Kilian chega ao banheiro ainda com os olhos parcialmente fechados, tentando negar a luminosidade da pequena janela do banheiro. Acende logo a luz branca como se pensasse "que tirar o band-aid de uma só vez é melhor do que essa tortura". Respira profundamente, tanto que enrijece por completo suas costas e inclina sua cabeça para traz, termina de abrir os olhos de uma vez e abaixa a cabeça para encarar aquele que lhe faz companhia toda a manhã.

Barba por fazer, mau hálito e cabelo completamente impróprio para ir a um bar e conversar com qualquer mulher, um pouco mais deprimente do que antes. Segundo Kilian, as coisas não poderiam piorar e ele ficou olhando para o espelho por alguns momentos, analisando cada centímetro do que o espelho podia refletir. Algumas marcas na rosto de uma adolescência normal, uma pequena cicatriz próxima ao olho, um troféu adquirido na faculdade, cabelos negros para contrastar com seus olhos cor de mel que, no momento, estavam envoltos em uma esclerótica mais vermelha do que branca. Kilian abaixa a cabeça pensando – “e isto é somente o que o espelho me diz.”

Em sua mente tragédias de uma vida cotidiana. Ele sabia que a realidade diária de todos têm momentos dignos de esquecimento e, que são exatamente estes que nos perseguem por toda a vida, são estes que nos diz quem somos, que criam as amarras da mente, nos deixando presos à mediocridade do sentimento comum do que é certo e errado, bom ou ruim, aqueles que 90% das vezes nos impedem de tentar algo, qualquer coisa. Seguir pelo caminho dos 10% requer a coragem de arriscar ter em sua mente mais uma memória que pode lhe atormentar por toda a eternidade.

Ele começa a pensar, e logo começa uma briga que se dá em sua mente, insuportável, 90% brigando contra 10%, a minoria argumentando com possibilidades e a maioria rebatendo com as conseqüências. A discussão é irritante, até o momento em que ele levanta a cabeça mais uma vez, para encarar nos olhos do gigante, com seus olhos de menino, tentando encontrar a coragem de ganhar a discussão. O menino então da sua cartada final, como um insight, em somente uma palavra: FODA-SE. Um grito desesperado de uma alma atormentada. Levanta os braços até a altura da barriga com um olhar nervoso, irado, FODA-SE, expressou-se em palavras e Kilian sabia exatamente o que queria dizer com isso, o gigante não tinha argumentos, o menino estava certo, pelo menos, para aquele gigante, o menino havia ganhado.

Kilian ri com a decisão, como um menino ri de uma piada velha. Olha mais uma vez para o espelho e pergunta - "Você está realmente certo disso?" Agora não há mais gigantes, agora a turma de crianças esta se reunindo e o sorriso matreiro de canto de boca, com a cabeça um pouco abaixada e um olhar penetrante falava por si só.

Um banho gelado de 5min floreado com pensamentos aleatórios, rápidos, fulminantes, cada seguido por um sonoro e libertador FODA-SE. Escovou os dentes, desarrumou os cabelos, deixou a barba por fazer, pegou as chaves de casa, não, as do carro não, pegou o dinheiro escondido para emergências na gaveta das cuecas, e saiu, saiu rumo ao objetivo do dia, seja qual for o objetivo de um menino querendo ser desbravador do mundo.

No hall a porta do elevador se abre e em sua frente seu companheiro matutino por 32 anos esta lá, mas agora não mais com olhos de gigante. Adentra ao cubículo ainda impaciente, ansioso, pressiona o botão para o térreo e espera em meio a tiques nervosos as portas se abrirem para cumprimentar o porteiro e seguir para a rua. Antes mesmo de abrir as portas da recepção lembra onde está, chuva, torrencial chuva de Seattle, e tenta lembrar o motivo pelo qual foi parar nesta cidade, mas não consegue chegar a nenhuma conclusão.

Vai até a beira da calçada sem um guarda-chuva, mas protegido pelo toldo do prédio, e ergue seu braço pedindo parada a um taxi. Dentro do taxi ouve a pergunta praxe "Para onde?". Kilian pensa por alguns segundos tentando convencer-se de que ainda está certo do que esta fazendo e diz às diretrizes que o levarão ao seu local de trabalho. O taxista é dos quietos, deixou o rapaz com barba por fazer, calças jeans surradas e camisa branca com sobretudo sozinho em seus temerosos pensamentos.

Olhando perdido para o horizonte chuvoso através da janela do carro Kilian esta longe, muito longe de Seattle quando ouve "15 dólares Sr." que são pagos prontamente. Adentra o edifício ao lado dos trabalhadores diários do local, todos engravatados, ternos Gucci, Armani, exatamente como ele deveria estar, mas não hoje. Hoje não chegou em sua mercedez SLR, não deixou as chaves com Titus como fez nos últimos 7 anos.

Irreconhecível, subiu ao 53º andar e foi direto a sala de seu chefe, mente clara como um dia perfeito inexistente em Seattle, em seu subconsciente, memórias de Tyler Durden conversando com o personagem sem nome de Edward Norton no filme que viu na noite anterior.

Passou pela secretária sem nem ao menos olhá-la, nada podia desviá-lo do que estava prestes a fazer, abriu e fechou a maciça porta de madeira de lei e, antes mesmo do “bom dia”, cuspiu palavras, "Senhor, agradeço a oportunidade de trabalhar em tão renomada empresa, mas chegou a hora de seguir meu rumo". Atônito, George olha para o calendário como se procurando saber se era 1º de abril e responde - "Como? Você vai nos deixar em momento tão vital? Você sabe da sua importância nesta empresa, não sabe? Recebeu alguma proposta melhor? Podemos conversar."


A única resposta possível na mente de Kilian saem de seus lábios com tamanha vontade de serem ditas, como se fosse isso que quisesse dizer a vida toda, falou rápido, como se quisesse dizer tudo de uma vez em uma fração de segundos, já conformado por saber que esqueceria de dizer algo. "George, com todo respeito, eu não me importo com a empresa, eu não me importo com você, eu me importo comigo. Eu não quero mais trabalhar aqui, ou em qualquer outro lugar, passar bem", virou-se, saiu, fechou a porta, respirou fundo e agora sorriu para a secretária de George, que sempre achou bonita, caminhou em direção a saída como se fosse campeão do mundo, como se nada o pudesse deter. Agora era somente ele, para ele, com ele, agora e depois. Livre enfim.

Kilian sai do prédio ainda protegido pelo toldo, olha para a rua procurando um taxi, mas não vê nenhum. Decide andar para a esquerda em meio à chuva, poderia ser à direita, foi à esquerda. Cada gota de chuva que ele sentia sobre seu corpo lavava uma parte do seu passado, quanto mais o sobretudo ficava encharcado e pesado, mais Kilian se sentia como o garoto de 12 anos sem preocupações que uma vez foi. Andava pela rua rindo, pensando somente no prazer de um banho de chuva, no final, pelo menos, Seattle foi generosa com ele e lhe poupou horas de consultas psiquiátricas, seu ser estava limpando-se a cada quadra.


Depois de andar a esmo Kilian lembrou-se do motivo de ter começado a andar em primeiro lugar quando avistou a distância um taxi aparentemente disponível. Pediu parada, entrou no taxi para mais uma vez ser inquirido sobre seu destino. Kilian ficou parado, calado, pensando – “e agora?” SNAP, “vamos para o aeroporto”.


Alguns minutos depois, Kilian encharcado chega ao aeroporto, se dirige ao primeiro balcão de companhia aérea que vê e pede uma passagem para o próximo vôo. A atendente parece não ter entendido direito e pergunta – “próximo vôo para aonde”, mas Kilian queria simplesmente a passagem para o próximo vôo, sem se importar para onde. Recebe sua passagem para Paris que sairia em 45min, decide então ir até o free-shop para comprar roupas secas, afinal, algo em torno de 17hs de vôo molhado iria cortar a emoção. Dentro do avião Kilian se acomoda pela primeira vez em muitos anos na classe econômica, a primeira classe ele já conhecia. Apertado, no meio de duas mulheres, Kilian sentia que as coisas na primeira classe não podiam estar tão boas, afinal, lá não estaria tão apertado. Encosta-se em seu assento, olha para o aviso de apertar cintos sobre sua cabeça e sabe que esta viagem será a viagem de sua vida, não esta até Paris, mas a viagem que começou hoje de manhã e, apertar os cintos, parecia a coisa certa a ser feita.

domingo, 24 de maio de 2009

Nem todas são garotas legais. E por isso somos todos gratos

Um dia desses de noite um amigo meu saiu sozinho num desses bares alternativos, um péssimo lugar para encontrar uma garota legal, mas na verdade ele tinha umas duas ou três em mente e não era um encontro, eram só umas garotas que costumavam freqüentar esses bares alternativos.

Dessa vez não rolou, nenhuma apareceu "but why I must care?" Ele pensou com essa bosta dessa mania que tem de ficar fazendo "quotes" em inglês.

Olhar pra porta de tempos em tempos esperando que alguém em específico entre é um dos comportamentos "Lame pra caralho" que se deve evitar quando se sai sozinho e dessa vez, pasmem, não foi isso que ele fez.

Se eu te disser que ele encontrou uma garota estranha-estilosa-gata nova você acredita?
De alguma forma a desse dia se parecia com quase todas as que ele tinha em mente, só que gente fina.
--KJ

quinta-feira, 26 de março de 2009

Acordo cedo sem querer

"Bom dia" - digo ao espelho do banheiro iluminado pela fraca luz das 6 da manhã. Não ouço resposta.

Escovo meus dentes com a cabeça baixa em direção da pia. Tomo meu banho, demorado, sempre banhos pensativos. Deixei de cantar no chuveiro a uns 10 anos, mais ou menos na mesma época que deixou de valer a pena cantar no chuveiro todos os dias.

Enxugo-me em meio a suspiros que parecem refletir meus pensamentos. Perfumo-me, inutilmente, mas o faço mesmo assim. Escolho uma roupa, todas que tenho são discretas, deviam ser chamativas dada a solidão aparente.

Vou ao ponto de ônibus. Silêncio entre os futuros passageiros. Peço parada, digo "Bom dia" a(o )cobrador(a). As vezes ouço uma resposta, as vezes uns grunhidos, fazer o que. Se tiver a opção de sentar, prefiro aquelas cadeiras solitárias... você também? Pois é.

Chego ao meu destino, sento em frente a um computador, faço o que tenho que fazer. Falo "bom dia" para mais algumas pessoas, que normalmente respondem por educação ou grunhem, pego um ônibus para voltar para casa, sento no computador de casa, escolho a hora de dormir, e acordo, para dizer "bom dia" ao espelho.

Nota: qualquer similaridade com indivíduos reais é mera causalidade.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Realidade.

Após horas de conversas e explicações Carlos olhou nos olhos de seu amigo indignado, não com seu amigo, mas com ele mesmo. Carlos estava com raiva, enfurecido, se sentido roubado. Na verdade fora roubado, na verdade, sofreu de estelionato, lhe extirparam o coração ainda pulsante, o viu pulsar nas mãos da diva meliante até o momento do último pulso de seu órgão que mais trabalhou desde que nasceu.

A raiva, entretanto, não residia no fato do roubo, mas do estelionato. O coração ele daria, deu na verdade, mas não para ser esmagado como foi. Infelizmente, olhando para seu amigo, que não precisou dizer se quer uma palavra, ele sabia que não foi esmagado, ele sabia que o culpado era ele, não, o culpado foi sua expectativa, sua imaginação, idealização.

Carlos estava perdido em meio à raiva de ter perdido seu coração, de ter se tornado um ser incompleto, pior, estava com raiva de não conseguir viver sem seu coração, ou pelo menos, tê-lo novamente em seu peito, mesmo que não pulsante por tempo indeterminado.

O silêncio entre os amigos já durava alguns minutos, Carlos vivia a angustiante realidade de ter todas as perguntas certas para se chegar à solução, o problema, O problema, é que ele sabia todas as resposta, ingrata realidade. Carlos estava desejando ser ignorante, perguntar e aprender, mas saber de tudo, de todas as respostas é muito cruel. Saber que seu amigo esta ali somente para ele sentir que pode fazer uma pergunta é seu consolo, doloroso consolo quando não se precisa perguntar.

Carlos, resignado, sem coração, cheio de raiva, detentor de todas as respostas, confuso e impotente frente à situação, conseguiu se sentir ainda pior no momento em que olhou para seu amigo e se sentiu desprotegido, saber que seu amigo não lhe pode dar as respostas que já sabe, foi a gota d’água. Carlos abaixou a cabeça, pensativo como de costume, e sabia a resposta para esta pergunta também, triste realidade. Boa noite meu amigo, obrigado pela companhia. O amigo, triste, sabia, nada mudara.